JESUS NÃO FOI CRUCIFICADO EM UMA CRUZ

                         Elaboração - Jair Nascimento

Me empenhei e me aprofundei da melhor maneira possível, a fim de acabar com todas as dúvidas, e gostaria de dizer que procurem entender o que a Bíblia realmente ensina. Lembrem-se de João 8:32: Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.

A cruz é amada e respeitada por milhões de pessoas. A The Enciclopédia Britânica chama a cruz de principal símbolo da religião cristã. Mas os cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração. O primeiro ponto que precisamos enfatizar nessa questão é que, mais importante do que a forma como Jesus morreu, é a causa pela qual ele morreu. De nada adianta entendermos esses detalhes, se não nos esforçarmos em absorver conhecimento do que ele ensinou, e mais importante que isso, pôr em prática em todas as áreas de nossa vida.

Mas, sim, é possível chegarmos a resposta dessa questão que gera discussão, e divide opiniões. A Bíblia, além de nos dar exemplos, conselhos, profecias, também é um livro de fatos, nos fornece informações suficiente para abandonarmos uma simples opinião e nos equiparmos com uma conclusão.

A palavra crux em latim, na Roma pré-imperial, referiu-se à forca ou estaca, um instrumento de madeira para execuções, mas não necessariamente para vigas cruzadas ou cruciformes. A palavra latina derivada do verbo crucio torturar.

A adição (acrescentamento) de uma barra transversal, à qual o criminoso seria preso com pregos ou cordões, data de um período posterior quando o polo simples foi especificado como crux acuta ou crux simplex para desambiguação. O que é desambiguação? Esclarecer, não deixar dúvidas, especificar o sentido da expressão.

CRUCIFICAÇÃO ANTES DE ROMA                                                     

Em 1.450, antes de Cristo, começou o método de executar pessoas no madeiro, assim como está relatado no livro de Moíses (Deuteronômio 21:22,23: Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro. O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança.

A Crucificação provavelmente originou-se com os assírios e babilônios durante o quarto século antes de Cristo. Os assírios cravaram suas vítimas pelas costelas e as deixaram penduradas em lanças ou estacas altas. Mais tarde, esse método de execução foi adotado pelos persas que o usaram sistematicamente durante o sexto século antes de Cristo. A Bíblia Hebraica (Velho Testamento) atesta essa prática persa, quando se lê que Dario I o Grande (550-486 - Antes de Cristo), emitiu uma ordem para que ninguém interfira na reconstrução do templo em Jerusalém sob pena de ser colocado em uma árvore.

Durante o reinado de Assuero (Xerxes I), governante da Pérsia entre 486 e 465 A.C), o filho de Dario, dois dos guardiões da porta do palácio foram pendurados ou presos a um poste, a punição usual que os persas davam aos traidores. O historiador grego Heródoto também cita outros casos de aplicação de tal punição pelos persas. Os Manuscritos do Mar Morto, datados do primeiro século, citavam (Deuteronômio 21:22,23), com referência à crucificação praticada pelos romanos e depois pelos Hasmoneanos.                                                                          

Os Hasmoneanos eram os membros da dinastia governante durante o Reino Asmoneu de Israel (140-37 - Antes de Cristo), um Estado judaico religioso independente situado na Terra de Israel. Por exemplo, eles aplicaram essa passagem às execuções de Alexandre Janeu, no ano 88 antes de Cristo.

Quando Alexandre, o Grande, conquistou o Império Persa, ele adotou, entre outros costumes orientais, a crucificação, que foi aplicada após a conquista da cidade de Tiro, quando ele ordenou a crucificação de cerca de duas mil pessoas no mar. Alexandre, o Grande (356-323 - Antes de Cristo), foi rei da Macedônia, império que se estendeu desde o norte da Grécia até o Egito e o Extremo Oriente, tornando-se um dos mais poderosos impérios da antiguidade. Ele também ordenou a crucificação do médico que não poderia salvar a vida de seu amigo, Hefaistion.

A partir do século IV antes de Cristo, essa prática foi introduzida nos países do Mediterrâneo oriental. Há evidências de que piratas capturados foram crucificados no porto de Atenas por volta do século 7 antes de Cristo. Crucificação em Cartago foi estabelecida pelos fenícios como um método de execução, que foi aplicado aos generais que sofreram uma grande derrota. A crucificação foi posteriormente adotada pelos romanos.

CRUCIFICAÇÃO NA ROMA ANTIGA                                                                 

A crucificação foi uma sentença de morte amplamente usada na Roma antiga, sendo excluída pelos cidadãos romanos. Foi aplicado às classes mais baixas e escravos. Cícero chamou isto as torturas piores. 

Marcus Tullius Cicero, foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da gens Túlia da República Romana eleito em 63 antes de Cristo. Flávio Josefo escreveu: os soldados, com raiva e ódio, se divertiram pregando seus prisioneiros em diferentes posturas.

Flávio Josefo, ou apenas Josefo, após se tornar um cidadão romano, como Tito Flávio Josefo, foi um historiador judaico-romano, nascido em 37 depois de Cristo em Jerusalém, Israel. Falecido em 100 depois de Cristo, em Roma na Itália.

A crucificação fenícia oriental fundiu-se com o costume romano do rito de patibullum que era fazer prisioneiros levarem um jugo de madeira para o local da execução. De acordo com alguns historiadores: As árvores não estavam em todos os lugares disponíveis nos locais escolhidos para execução pública. Assim, um simples feixe foi afundado no solo. Nele os foras da lei, eram colocados com as mãos levantadas para cima e muitas vezes também com os pés pregado.                                                                                             

O FIM DA EXECUÇÃO POR CRUCIFICAÇÃO                           

Execução por crucificação foi finalmente abolida por Constantino. Constantino, Imperador Romano. Em seu governo, a fé cristã se tornou a religião oficial do Império Romano. Constantino tornou-se imperador romano no ano 306, depois de Cristo, após a morte de seu pai, Constâncio Cloro, em York, na Inglaterra. 

Ele assumiu o poder num momento de grande agitação interna e encontrou um império decadente, do qual até mesmo algumas regiões da Itália queriam se desligar. Ele comandou muitas batalhas contra seus rivais em 323, depois de Cristo. Constantino teve um papel importantíssimo no início do Cristianismo.

Isso por que, a partir de 323, depois de Cristo, a fé cristã passou a ser aceita e até mesmo incentivada pelos romanos. Mas não era assim no início do Cristianismo. Na verdade, durante um certo período, a fé cristã foi até tolerada pelos romanos. Mas, com o tempo, ela começou a se expandir muito rapidamente e passou a ser vista como uma perigosa ameaça. 

Por isso, os imperadores começaram a perseguir os cristãos. Nessa época era comum o lamentável espetáculo de cristãos serem atirados aos leões no coliseu de Roma para divertimento das multidões. A situação começou a mudar com Constantino. Durante a batalha em Adrinopla, ele teria contemplado uma Cruz numa visão e isso fez com que ele passasse a creditar sua vitória a Jesus Cristo.

De fato, as traduções mais conhecidas dizem que foi numa cruz, mas se pesquisarmos o sentido da palavra usada originalmente nas escrituras gregas, vamos encontrar a palavra grega Staurós que significa estaca de tortura. Além disso, os historiadores e pesquisadores não encontraram nenhuma evidência que confirme o uso da cruz entre os primeiros cristãos.

Nós pelo contrário, temos uma evidência Bíblica em Atos 10:14, onde Paulo instruiu seus irmãos cristãos a fugir da idolatria e de qualquer outra prática que tivesse origem na adoração pagã. Mas mesmo nessas versões que usam a palavra Cruz, com um pouco de atenção é possível observar claramente que o instrumento usado na morte de Jesus não foi uma Cruz, e sim uma estaca de tortura, madeiro, ou poste, ou seja lá como queiram chamar esse instrumento de madeira vertical, menos CruzO bom mesmo seria que tivéssemos uma testemunha ocular do momento da morte de Jesus certo! Aí sim, não restariam dúvidas se essa pessoa nos contasse em detalhe como realmente aconteceu. E nós temos essa testemunha ocular.

Vamos lá: Se observarem João 19: 25 ao 30, podemos concluir que João foi uma testemunha ocular do modo como Jesus foi morto (nota: o discípulo a quem Jesus amava era João). E em João 3:14, João relata que Jesus foi levantado (ou morto) da mesma forma que Moisés levantou a serpente de bronze no deserto. E para saber como foi que Moisés levantou essa serpente basta checar Números 21:8,9, que fala claramente que Moisés, à mando de Deus, fez uma serpente de bronze e à colocou numa haste ou poste, (conforme a tradução da Bíblia).

Em harmonia com isso é interessante notar o que a Bíblia versão Rei Jaime diz em Atos 5:30: O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes e pendurastes no madeiro. Numa outra versão, A Bíblia de Jerusalém diz em Atos 13:29: Quando cumpriram tudo o que estava escrito a seu respeito, desceram-no do madeiro e o colocaram no túmulo.                                                        

Significado Madeiro.                                                                              

Qualquer peça de madeira robusta; tronco forte de madeira que sustenta as vigas dos sobrados e tetos. Outras versões Bíblicas, embora traduzam STAURÓS por CRUZ, também traduzem XÝLON por ÁRVORE ou MADEIRO. Ambas as palavras STAURÓS e XÝLON não combinam com o conceito atual de CRUZ, o que torna essas versões de tradução no mínimo inconsistentes.

A The Companion Bible (Bíblia Companheira) diz: Staurós, jamais significa duas peças de madeira transversais em qualquer ângulo, não há nada no grego do Novo Testamento que sequer sugira duas peças de madeira. Em vários textos, os escritores Bíblicos usam outra palavra para referir-se ao instrumento usado para executar Jesus. É a palavra grega XÝLON (Atos 5:30; 10:39; 13:29; Gálatas 3:13; 1 Pedro 2:24). Essa palavra significa simplesmente madeiro, pedaço de pau, ou árvore.

Explicando por que uma simples estaca era usada para execuções, o livro (A Cruz e a Crucificação), diz: Nem sempre havia árvores disponíveis nos locais escolhidos para execução pública. De modo que um simples poste era fincado no chão. Nele os criminosos eram amarrados ou pregados com as mãos para cima, muitas vezes também com os pés amarrados ou pregados.

A prova mais convincente, porém, vem da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo diz: Cristo nos comprou, livrando-nos da maldição da Lei por se tornar maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito é todo aquele pendurado num madeiro (numa árvore, Versão Rei Jaime, em inglês (Gálatas 3:13).

Aqui Paulo cita Deuteronômio 21:22,23, que fala claramente de um madeiro, não de uma cruz. Visto que esses meios de execução faziam da pessoa uma maldição, não seria apropriado os cristãos terem em sua casa imagens de Cristo numa cruz. Não há evidência de que aqueles que se diziam cristãos usassem a cruz na adoração nos primeiros 300 anos após a morte de Cristo.

No quarto século, porém, o imperador pagão Constantino converteu-se ao cristianismo apóstata (Pessoa que renuncia ou renega uma crença ou religião da qual fazia parte) e promoveu a cruz como símbolo deste. Qualquer que tenha sido a motivação de Constantino, a cruz nada tinha a ver com Jesus. De fato, a cruz é de origem pagã.

A cruz está presente tanto na cultura pré-cristã como na cultura não cristã. Várias outras autoridades no assunto têm ligado a cruz à adoração da natureza e aos rituais do sexo praticados pelos pagãos. Por que, então, foi adotado esse símbolo pagão? Pelo visto, para tornar mais fácil os pagãos aceitarem o cristianismo. No entanto, a Bíblia condena claramente qualquer devoção a um símbolo pagão (2 Coríntios 6:14 ao 18).  As Escrituras proíbem também toda e qualquer forma de idolatria (Êxodo 20:4,5; 1 Coríntios 10:14). Com muito boa razão, portanto, os cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração.

Vamos agora saber quantos açoites deram em Jesus, já que aprendemos que Jesus morreu em um madeiro, mas não em um formato de uma cruz.                                                                                   

Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado (Marcos 15:15). A Lei de Moíses permitia que uma pessoa considerada culpada fosse castigada com açoites. A sentença era executada na presença do juiz, com a pessoa prostrada. O número de golpes sem dúvida era proporcional à gravidade da ofensa, embora não pudesse exceder a quarenta, não podia passas de 40 açoites (Deuteronômio 25:1 ao 3), essa lei era observada e respeitada pelos judeus e não por Roma nos dias de Jesus.

Posteriormente, os judeus passaram a usar um açoite com três línguas, mas nunca ultrapassaram o limite, sempre cessando em trinta e nove, para compensar qualquer erro possível na contagem; porém, os judeus começaram a usar desse artifício maldosamente, para iniciar uma nova tortura (2 Coríntios 11:24). Aqui o Apostolo Paulo diz que em cinco ocasiões os judeus me deram trinta e nove açoites – Vejamos.                               

Eles são servos de Cristo? Mas eu sou um servo melhor do que eles, embora, ao dizer isso, eu esteja falando como se fosse louco. Pois eu tenho trabalhado mais do que eles e tenho estado mais vezes na cadeia. Tenho sido chicoteado muito mais do que eles e muitas vezes estive em perigo de morte. Em cinco ocasiões os judeus me deram trinta e nove chicotadas. Três vezes os romanos me bateram com porretes, e uma vez fui apedrejado. Três vezes o navio em que eu estava viajando afundou, e numa dessas vezes passei vinte e quatro horas boiando no mar (2 Coríntios 11:23 ao 25).

Era as autoridades locais judaicas das sinagogas e os membros do sinédrio que administravam o castigo de açoites (Mateus 10:17). Jesus foi castigado com açoites por ordem do governador romano pôncio Pilatos (Lucas 23:16,22; João 19:1). As autoridades romanas açoitavam com varas, após tirarem as roupas do acusado como podemos ver em Atos 16:22. Porém, as autoridades romanas também açoitavam com azorragues de três pontas, chamados pelos romanos de flagellum. Isso tornava o castigo bem mais doloroso.

O azorrague era um chicote de três tiras de couro, com pedaços de ossos e pequenos chumbos nas pontas.  Antes de ser crucificado, Jesus foi brutalmente açoitado com azorragues. A intensidade e a quantidade dos açoites dependiam da disposição do carrasco. O historiador Flávio Josefo e Eusébio de cesareia, descrevem que os réus eram amarrados a um poste e açoitados com tal fúria, que as veias e os nervos se rompiam, o corpo ficava lacerado e até as entranhas eram expostas.

Muitos flagelados não resistiam e morriam; Jesus teve todo o seu corpo retalhado pelos açoites e só não morreu porque ele mesmo disse o seguinte: Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai (João 10:17,18).

Jesus, para cumprir as escrituras e o propósito da sua vinda, tinha de morrer no Madeiro, e não durante as repetidas sessões de tortura (Lucas 18:31 ao 33), por mais que torturam Ele, eles não tinham o poder de tirar a vida dEle, por que esse poder estava e está com Ele. Mas afinal, qual o significado dos açoites que Jesus levou. Qual o benefício os açoites que Jesus recebeu em seu corpo, trouxe para o nosso corpo, alma e espirito!

Isaías 53:5 diz: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas ‘pisaduras’ (ferida, golpe) fomos sarados. Ou seja: por causa dessas chagas ou feridas (provocadas pelos açoites) somos curados. Estes açoites que Jesus recebeu, e que fez nele muitas feridas por todo o corpo, nos traz a cura total para o espírito, alma e corpo.

Conclusão.                                                                                              

O significado por detrás dos açoites, é a cura total para o espírito, alma, e corpo, de todas as enfermidades que são consequências do pecado, cura essa que foi confirmada no Madeiro, onde seu sangue foi derramado, nos redimindo de toda a maldição do pecado.

OBS: Não repassem sem antes eu autorizar. Grato!

                                                                   AMÉM!