DIZIMO? NÃO EXISTE MAIS

                                          Elaboração - Jair Nascimento

O que não te contaram, nós te contaremos agora.

Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria (2 Coríntios 9:7).

👉Introdução⇐

👉O Dízimo Antes da Lei Mosaica: Dízimo de Abraão e Hebreus 7⇐

👉O Dízimo durante a Lei Mosaica⇐

👉O Dízimo em Malaquias⇐

👉O Dízimo nos Evangelho⇐

👉O Dinheiro e as Profissões na Bíblia⇐

👉As Alianças⇐

👉A Nova Aliança⇐

👉O Contribuir na Nova Aliança⇐

👉O Contribuir na Igreja Cristã⇐

👉A Responsabilidade Pastoral⇐

👉Conclusão e Encerramento⇐

Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade (2 Coríntios 13:8).

Decidi elaborar essa grande obra com o intuito de passar ao leitor alguns esclarecimentos sem alterar o conteúdo do texto original. Muitas pessoas me disseram que este conteúdo só deveria ser apresentado a pessoas maduras, pois os imaturos poderiam assimilar de forma inadequada os ensinos aqui contidos. Infelizmente muitas Igrejas, que deveriam ensinar o tema de forma sadia, não o fazem. A Igreja poderia ensinar de forma gradual o assunto de acordo com o amadurecimento do fiel. Ocorre, entretanto, que a maioria dos líderes insiste em apresentar um ensino equivocado do tema, o que nos obriga disponibilizar ao público em geral um ensino Bíblico sadio sobre o assunto dízimo. Esta obra foi realizada na total dependência do Espírito Santo, e seu conteúdo deve ser analisado pelo leitor à luz da Bíblia, para que haja a firme convicção de que estamos apenas aprendendo com mais cuidado o que a Bíblia nos apresenta, não sendo, de forma alguma, as conclusões aqui apresentadas novidades ou manias teológicas inventadas pelo autor. 

Esta obra é uma pesquisa bibliográfica sócio-histórica-crítica e teológica, com uma grande busca em toda a Bíblia, em obras e pregações de autores cristãos com conhecimento do real ensino Bíblico sobre o dízimo, sobre o dinheiro e seu respectivo uso no sustento da obra de Deus, e ainda buscamos na História da Igreja, conhecer as origens deste ensino do dizimar na comunidade cristã, para que se saiba em que circunstâncias esta doutrina floresceu. A finalidade deste trabalho é chamar atenção dos cristãos ao conhecimento Bíblico sobre o assunto para que os mesmos saibam toda a verdade que esconderam. Fazer a vontade de Deus deve ser a meta primordial e, para se cumprir esta vontade, é imprescindível o conhecimento pleno deste assunto à luz da Bíblia. Encontra-se em todo este conteúdo o objetivo claro de se contribuir às instituições evangélicas contemporâneas no contexto teológico, Bíblico, doutrinário e histórico, ao trazer o conhecimento Bíblico do dízimo antes da Lei, depois da Lei e, durante o tempo da graça. No contexto social, esta obra busca contribuir com os menos favorecidos, tanto os perdidos no mundo quanto os domésticos da fé, ao relembrar Biblicamente à Igreja de que sua prioridade e personalidade eram marcadas em seus primórdios pelo amor a Deus e ao próximo, pelo cuidado com os pobres e com os irmãos mais necessitados.

Ainda hoje a vontade do Senhor é que seus filhos sejam reconhecidos de todos por este amor, não por um amor que dá 10% de seu salário devido ao medo de uma maldição ou de ser condenado como ladrão, mas um amor que antes se entrega completamente tal como Cristo se entregou não a uma instituição religiosa, mas a Deus e a seus irmãos. É primordial o conhecimento do que é o dízimo à luz da Bíblia, pois a incompreensão do mesmo tem gerado grandes heresias na Igreja. Visamos humildemente a suprir, mesmo que de forma resumida e limitada, esta carência de conhecimento sobre o assunto, estando o mesmo ciente da dificuldade de se demonstrar uma linha doutrinária contrária ao entendimento da imensa maioria da comunidade cristâ. Muitos afirmam que quem estuda Teologia esfria na fé e se desvia da Igreja. De fato, o que ocorre é que, ao estudar Teologia, muitos têm uma grande decepção ao perceberem, no estudo da Bíblia, que algumas doutrinas ensinadas como verdade absoluta não passam da mais pobre falácia construída sobre tradições humanas, falta de conhecimento Bíblico ou interesses escusos. Estes ensinos encontram solo fértil nos líderes que não se aprofundam no conhecimento das Sagradas Escrituras. Sem o conhecimento, como o líder pode aferir se uma doutrina é Bíblica? Cabe ao teólogo ter a responsabilidade de só ensinar doutrinas Biblicamente fundamentadas e alertar aos líderes de seus equívocos doutrinários. Ele deve cumprir esta missão mesmo diante dos riscos de se mexer na zona de conforto doutrinário de uma congregação. É óbvio que o alertar a liderança requer certas condições.

É primordial que haja uma linha aberta de diálogo e o real interesse na análise Bíblica dos diversos questionamentos. Estas condicionantes são fundamentais para que este teólogo possa cumprir bem sua missão. A Igreja, quando mencionada negativamente nesta obra, não é a Noiva de Cristo que será levada por seu Mestre. A Igreja cujas mazelas e enganos são mencionados é a instituição religiosa, ou o grupo de pessoas que não prioriza o buscar viver de forma cristã, a que afirma ser ela cristã, mas apresenta ao mundo um testemunho reprovável. Os líderes são mencionados diversas vezes de forma negativa, mas esta obra avalia acima de tudo a atitude do clero de uma forma geral e não a pessoa em si ou qualquer pastor especificamente, já que as posturas sobre o assunto aqui descritas encontram-se disseminadas em grande parte da comunidade evangélica. Muito embora existam lobos disfarçados de ovelhas que visam apenas ao lucro desenfreado, o autor desta obra acredita que existem servos de Deus sérios que buscam apresentar ao Senhor um serviço excelente no cuidar de ovelhas e na pregação das boas novas. Muitos infelizmente adotaram de boa fé uma postura sobre o dízimo que é certamente equivocada em virtude de não conhecerem a sã doutrina. Eles nunca sequer perceberam a menor necessidade de estudarem mais profundamente o assunto, sendo os mesmos isentos de qualquer acusação de estarem com atitude maliciosa no exercício de suas funções eclesiásticas, muito pelo contrário.                 

Se porventura alguma autoridade eclesiástica sentir-se ofendida pelo tom de indignação contido em alguns comentários, recomenda-se que a mesma compreenda que esta indignação advém de um zelo similar ao de Jesus quando ele expulsou com um chicote os cambistas do templo. A força contida nos argumentos destina-se, em sua essência, àqueles que porventura estejam a exigir o dizimar mesmo estando consciente de que esta prática não possui nenhuma fundamentação Bíblica para que seja exercida na Nova Aliança. Existem alguns questionamentos muito importantes que precisam das respostas de cada um durante a leitura desta obra. É lícito ensinar algo aparentemente bom e lógico mesmo que ele não seja Bíblico? Deus aprova a condução de um cristão a uma prática que não é ensinada na Bíblia mesmo que ela traga recursos financeiros para a obra e que seja entendida por este cristão como um ato de gratidão? Você continuará a misturar o ensino de alianças distintas mesmo depois de compreender na Palavra de Deus que esta prática é errada? Cabe a cada leitor a disposição de abrir o coração para ler e estudar calmamente todo este conteúdo em constante oração sem, contudo, estar vestido com uma armadura de pressupostos que queiram suplantar a suprema autoridade da Bíblia. Este trabalho segue uma sequência lógica, sendo recomendada a leitura de todo o seu conteúdo na sequência em que se encontra, para que seja possível ao leitor a real compreensão da linha de raciocínio que o autor procura transmitir, não sendo assim recomendada a leitura de trechos isolados, o que comprometeria este entendimento. Dar o dízimo sob pressão? Semear para ganhar favor ou lucro? Fazer um pacto com Deus? Estes conceitos não fazem parte da nova aliança sob a qual vivemos hoje em dia. A maior graça material na Terra para um cristão é poder colaborar abrindo seu bolso para o verdadeiro evangelho.    

O erro herético do falso-evangelho pregado no Brasil é proclamar que os cristãos estão debaixo do princípio dos dízimos Velho-Testamentarios. A graça trouxe um princípio magnânimo e superior a qualquer princípio elementar do mundo ou da lei mosaica. Em Cristo somos despenseiros do Evangelho. Em Cristo fomos declarados um só Corpo em amor, em altruísmo, em espontaneidade, em liberdade, em compromisso, em consciência, em alegria, em proporcionalidade do que temos, segundo nossa prosperidade. Em Cristo fomos declarados FILHOS E COERDEIROS do Reino e não mais servos da Lei. FILHO não devolve nada ao pai porque o que é do Pai é do Filho e o que é do Filho abençoa tudo aquilo que é do Pai. Em Cristo estamos na Lei do Amor e da Semeadura e não mais no princípio dos dízimos. Existem pastores que ensinam sobre o dízimo com boa intenção, mas mesmo assim, o dízimo como exigência de Deus não é para os dias atuais. E quando Jesus caçou os cambistas do Templo, era porque eles impediam aos estrangeiros, os cegos e os mancos de aproximarem-se de Deus. De igual maneira, certas pessoas de hoje em dia querem re-erguir as barreiras a Deus que Jesus já tirou. Para começar, não devo explicar o dízimo fora do panorama completo do evangelho da graça pura sob o qual vivemos hoje em dia, porque vão de mãos dadas; quem não entende a função do dízimo não entende a nova aliança pela qual Jesus morreu e ressuscitou. 

Para muita gente o entendimento da Graça é tão incompleto que, quando ouvem a ideia de que estamos debaixo da Graça e 100% perdoados, o primeiro pensamento delas é: Quer dizer que podemos ir e pecar à vontade? Da mesma maneira, quando ouvem a ideia de que não estamos obrigados a dar o dízimo pensam: Ah, então não vou dar mais, ou, você está incitando as pessoas a não colaborar com a obra de Deus! Mas, em ambos os casos, a verdade é muito mais completa: você está 100% debaixo da Graça, livre para viver uma vida nova, a vida de Cristo em você (Romanos 6). Isso quer dizer que vai expressar a vida do Pai Amado e toda a sua conduta, incluindo o que você faz com seu dinheiro. Visto que até a maioria dos pastores não entendem claramente a diferença entre a nova aliança e a antiga aliança, sentem a necessidade de usar a lei para controlar o comportamento da congregação, e o dízimo para arrecadar dinheiro. A Graça não é um chamado para a libertinagem ou a preguiça e sim a entrar em uma verdadeira comunhão com o Cristo vivo e expressar a vida e a natureza Dele em todo o sentido. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre, (Hebreus 13:8), mas as alianças de Deus com a humanidade mudaram para sempre em 30 e 70 depois de Cristo.                                             

O DIZIMO ANTES DA ELI MOSAICA: O DIZIMO DE ABRAÃO E HEBREUS 7                                                                        

Em Hebreus 7, há citação de dízimo, mas não é uma afirmação do dízimo para hoje em dia, e sim uma afirmação da superioridade de Cristo sobre todos, incluindo a Abraão, algo impensável aos judeus até então. Uma certa vez Abraão voltava de uma guerra, se encontrou com o sacerdote Melquisedeque, deu a ele a décima parte dos despojos de guerra e recebeu uma bênção, dois feitos que demonstraram a superioridade de Melquisedeque, uma sombra de Jesus.

👉Foi uma situação única.

👉Melquisedeque não exigiu o dízimo de Abraão. 

👉Melquisedeque abençoou Abraão, e depois Abraão lhe deu o dízimo. Abraão não deu o dízimo para depois ser abençoado, como se ouve desde os púlpitos e televisões. 

👉Abraão só deu um décimo dos despojos de guerra, e não dos seus bens materiais ou ingressos; estando em pé de guerra e longe de casa, teria sido impossível trazer tudo isso com ele. 

👉Abraão recusou ficar com o outro 90%. Ou deu o 90% ao rei de Sodoma, ou devolveu o 90% aos donos originais; não fica totalmente claro no texto, mas não era para Abraão. 

👉Nem tudo o que Abraão fez é exemplo que somos obrigados a seguir: casar com sua irmã e sacrificar animais, por exemplo.

👉O contexto histórico e o pano de fundo sobre o dizimo de Abraão.

Para passar nas terras de um rei era costume pagar um tributo, Abraão havia vencido 4 reis e dos despojos, ou seja, os bens dos 4 reis vencidos foram recolhidos por Abraão e desses despojos, daquilo que não era dele, na verdade ele pegou o que não lhe pertencia, tirou uma parte e pagou para passar nas terras de Melquisedeque, se não pagasse não passaria. No texto original não é empregada a palavra Dízimo, pois esta é uma palavra que nasceu em Roma. Quando um soldado não cumpria a sua missão, o imperador ordenava que de dez em dez do pelotão um era escolhido para ser dizimado, ou seja, morto, dai nasceu a expressão dizimar, ou dizimo. Abrão não deu o dízimo ele pagou uma espécie de pedágio. O ponto mais importante não é que Abraão deu o dízimo; é que Levi (representante da lei) deu o dízimo. Isto é, a linhagem levita, da lei, demonstrou a superioridade da linhagem de Cristo, que é da graça. Hebreus 7:9,10; João 1:17: Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. Qual dos dois sacerdócios é maior?

O contexto de Hebreus: foi escrito em 67 depois de Cristo, enquanto o Templo de Jerusalém ainda existia, antes de sua destruição pelos romanos no ano 70. Os dízimos contínuos eram para os sacerdotes levitas, para compensa-los do trabalho árduo e contínuo de fazer sacrifícios de animais pelos pecados do povo. (Note esta palavra contínuo). No templo terrestre que era uma representação da morada de Deus, era explicitamente proibido qualquer móvel para sentar porque o trabalho nunca terminou. Quando Jesus entrou através de outro sacerdócio, fez UM sacrifício perfeito e final, entrou no Santo dos Santos literalmente no céu, e sentou à direita de Deus. Está consumado! Onde permanece até agora, seu único sacrifício já feito e suficiente por toda a humanidade por todos os tempos. Leia Hebreus 7 a 10 e confirme isto, e analise o versículo 7:12: Porque quando muda o sacerdócio, também tem que mudar a lei - pense nas implicações disso!

Conclusão do parágrafo anterior. 

Se você ainda está entregando dízimos por obrigação, está dizendo que seu sacerdote ainda está trabalhando e fazendo sacrifícios. Seu sacerdote é um levita, ou é Jesus? Para resumir, em Cristo você já morreu à lei, incluindo aquela de dizimar. Agora a lei que te libertou e te rege é a lei do Espírito de vida, Cristo em você. Já recebido o espírito de adoção. Em Cristo, você é uma nova criatura, literalmente uma morada Dele. Você foi 100% perdoado e transformado espiritualmente e tem o enorme privilégio de ser o corpo e o reflexo dEle nesta terra. Seus mandamentos: crer nEle e amar como Ele te ama, inclusive na gestão dos seus bens materiais. Dá liberalmente da forma que Ele te guie individualmente. E veja bem, o ponto muito mais importante de tudo isto é que você entenda o que significa a morte e a ressurreição de Jesus, e Ele dentro de você - a Nova Aliança instaurado com Seu sangue, e que não fique estancado com um pé na Velha Aliança, que nunca foi de você.                                                                              

O DIZIMO DURANTE A LEI MOSAICA                   

O significado do termo dízimo: Uma das maiores dificuldades na real compreensão do termo dízimo é a falta de interesse em se conhecer a explicação Bíblica do termo. A maior parte da confusão sobre o dízimo vem do fato de que a maioria das pessoas nunca tenha tirado um tempo para saber exatamente o que a Bíblia diz sobre o dízimo. Deixaram-lo aos seus pastores para interpretarem as escrituras e explicar-lhes o que é o dízimo e muitas vezes apenas aceitam o que o pastor diz. Para complicar ainda mais a situação, é comum muitos pregadores, que deveriam ser possuídos de grande conhecimento Bíblico, conhecerem apenas uma doutrina do dízimo que foi recebida por herança, sem nunca haver estudado na Palavra o assunto de forma profunda. Aliás, muitos dos temas tratados no púlpito, de fato, não são dominados por quem fala e por quem ouve. O dízimo é um desses temas. Muito se fala sobre ele, exige-se, barganha-se, prometem-se coisas em troca do dízimo, promessas abusivas – e imaginativas até.                  

O SIGNIFICADO DO DIZIMO                                                               

O significado do termo dízimo é, de forma simples e objetiva, a décima parte de algo ou ainda dez por cento de um todo. No estudo do dízimo mencionado na Bíblia, percebe-se que o termo tem um significado bem diferente deste e do que se pensa nas Igrejas. O termo dízimo do Antigo Testamento também foi completamente redefinido por muitos crentes de hoje. Este termo, juntamente com ofertas, está entre os termos mais mal compreendidos na Bíblia, na medida em que eles não são aplicados de acordo com suas definições bíblicas. A Bíblia explica claramente o que significa o termo dízimo e, neste caso, a definição compreende algo bem mais complexo que um genérico dez por cento. Dizimar sob a Lei não era um dez por cento genérico advindo de toda e qualquer fonte de crescimento financeiro. A Lei, por sua natureza, é específica. A lei definiu especificamente o dízimo e o processo de dizimar.                         

OS TRÊS DIZIMOS DO PENTATEUCO  

Existe no Pentateuco a menção de três dízimos ordenados na Lei Mosaica. A primeira passagem a ser analisada encontra-se no livro de Levítico: Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto sobre ela. No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não esquadrinhará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se em alguma maneira o trocar, o tal e o trocado serão santos; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai (Levítico 27: 30 ao 34).

A princípio já é possível encontrar algumas características do dízimo bíblico. É importante reconhecer que todos os itens sujeitos ao dízimo estavam ligados à terra. Não existe nenhuma menção de que este dízimo pudesse ser em dinheiro. Quando foi a última vez que o dinheiro foi mencionado como sendo santo ao Senhor (como em Levítico 27: 30,32?) Neste ensino sobre o dízimo, já é declarado que ele pertence a Deus, não é uma oferta voluntária. Agora, este texto ensina que este pertencia a Deus. Este dízimo não é uma oferta voluntária a Deus, não é? Este já pertence a Ele. Você está roubando se você não der. Não é isso que Malaquias disse? Você está me roubando nos dízimos. Ele é meu. A descrição pormenorizada do que é o primeiro dízimo requerido na Lei encontra-se no livro de Números - Vejamos.                                             

O Senhor disse a Arão: Você, os seus filhos e a família de seu pai serão responsáveis pelas ofensas contra o santuário; você e seus filhos serão responsáveis pelas ofensas cometidas no exercício do sacerdócio. Traga também os seus irmãos levitas, que pertencem à tribo de seus antepassados, para se unirem a você e o ajudarem quando você e seus filhos ministrarem perante a tenda que guarda as tábuas da aliança. Eles ficarão a seu serviço e cuidarão também do serviço da Tenda, mas não poderão aproximar-se dos utensílios do santuário ou do altar; se o fizerem morrerão, tanto eles como vocês. Eles se unirão a vocês e terão a responsabilidade de cuidar da Tenda do Encontro, realizando todos os trabalhos necessários. Ninguém mais poderá aproximar-se de vocês. Vocês terão a responsabilidade de cuidar do santuário e do altar, para que não torne a cair a ira divina sobre os israelitas. Eu mesmo escolhi os seus irmãos, os levitas, dentre os israelitas como um presente para vocês, dedicados ao Senhor para fazerem o trabalho da Tenda do Encontro. Mas somente você e seus filhos poderão servir como sacerdotes em tudo o que se refere ao altar e ao que se encontra além do véu. Dou a vocês o serviço do sacerdócio como um presente. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do santuário terá que ser executada. Então o Senhor disse a Arão: Eu mesmo o tornei responsável pelas contribuições trazidas a mim; todas as ofertas sagradas que os israelitas me derem, eu as dou como porção a você e a seus filhos. Das ofertas santíssimas vocês terão a parte que é poupada do fogo. Dentre todas as dádivas que me trouxerem como ofertas santíssimas, seja oferta de cereal, seja pelo pecado, seja de reparação, tal parte pertence a você e a seus filhos. Comam-na como algo santíssimo; todos os do sexo masculino a comerão. Considerem-na santa. Também dou a você, e a seus filhos e filhas, por decreto perpétuo, as contribuições que lhes cabe de todas as ofertas dos israelitas e que devem ser ritualmente movidas. Todos os da sua família que estiverem cerimonialmente puros poderão comê-las. Dou a você o melhor azeite e o melhor vinho novo e o melhor trigo que eles apresentarem ao Senhor como primeiros frutos da colheita.  Todos os primeiros frutos da terra que trouxerem ao Senhor serão de vocês. Todos os da sua família que estiverem cerimonialmente puros poderão comê-los. Tudo o que em Israel for consagrado a Deus pertencerá a você. Tudo aquilo que for separado dentre todas as dádivas sagradas que os israelitas apresentarem ao Senhor eu dou a você e a seus filhos e filhas como decreto perpétuo. É uma aliança de sal perpétua perante o Senhor, para você e para os seus descendentes. Disse ainda o Senhor a Arão: Você não terá herança na terra deles, nem terá porção entre eles; eu sou a sua porção e a sua herança entre os israelitas. Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro. É dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e assumir a responsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto perpétuo pelas suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre os israelitas. Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas (Números 18:1 ao 14,19 ao 21,23,24 (NVI).                                           

O texto acima apresenta a descrição detalhada da finalidade do primeiro dízimo que o povo judeu entregava. Os levitas ficaram responsáveis por todo o serviço da Tenda do Encontro e receberiam os dízimos do povo como recompensa por este serviço. O povo não poderia exercer as funções dos levitas e seria executado se descumprisse esta determinação. Os levitas não teriam herança na terra de Israel, os dízimos seriam sua herança, bem como todas as ofertas trazidas a Deus pelo povo. Por causa disto, explica o texto, eles não possuiriam terras entre os israelitas. Em troca de seu serviço a Deus, os sacerdotes não foram autorizados a possuir e herdar terras em Israel. De acordo com (Josué 21: 9 ao 19), eles deveriam viver em 13 cidades sacerdotais em torno de (mas não em) Jerusalém. Embora eles ocupassem estas terras, elas continuavam a pertencer às tribos. A palavra dízimo é assim mencionada diversas vezes neste capítulo, o qual é de extrema importância para a compreensão do dízimo Bíblico e que raramente é explanado nos púlpitos.                                   

Este capítulo (não levítico 27 ou Malaquias 3), é a importante ordenança fundacional, ou estatuto, que define como os sacerdotes e levitas serão apoiadas por Israel sob a Antiga Aliança. A palavra é usada muitas vezes neste capítulo. Os levitas deveriam dar o dízimo do dízimo ao sacerdócio de Arão, ficando com o restante como recompensa pelo seu serviço.                                                 

Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis uma oferta ao SENHOR: o dízimo dos dízimos. Assim, também apresentareis ao SENHOR uma oferta de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta do SENHOR a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas apresentareis toda oferta do SENHOR: do melhor delas, a parte que lhe é sagrada. Portanto, lhes dirás: Quando oferecerdes o melhor que há nos dízimos, o restante destes, como se fosse produto da eira e produto do lagar, se contará aos levitas. Comê-lo-eis em todo lugar, vós e a vossa casa, porque é vossa recompensa pelo vosso serviço na tenda da congregação. Pelo que não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos de Israel, para que não morrais (Números 18:26, 28 ao 32).                                                                                                                                

Havia uma diferença entre o dízimo que o povo dava aos levitas e o dízimo do dízimo que os levitas davam ao sacerdote. O dízimo dado pelos levitas era do melhor, os dez por cento do melhor que foi dado a eles. Fica explícita mais uma característica do dízimo Bíblico que torna um contra-senso o ensino do dízimo como um valor em dinheiro. Com o verdadeiro dízimo, pode-se identificar o melhor do produto, mas a melhor parte não pode ser identificada quando se usa dinheiro. A simples menção de forma superficial de todas estas informações contidas neste capítulo de Números pode deixar os cristãos distantes do real conhecimento dos fatos, e consequentemente não os leva a conhecer toda a verdade sobre o dízimo Bíblico. O não conhecimento da Bíblia por parte da Igreja conduz a comunidade a um entendimento e a uma conduta equivocados quando analisados à luz das Escrituras. 

Aqui, o dízimo é dado aos levitas para o trabalho que realizam na Tenda do Encontro. O dízimo é realmente dado às pessoas, não para um fundo de construção da igreja, contas de luz, etc. O levita, que não é o mesmo que um pastor, representa os israelitas na tenda já que estes não estão autorizados a exercer funções levíticas ou sacerdotais. Não há, de forma alguma, tabernáculo ou igreja simbólicos hoje em que os cristãos não podem se aproximar, onde um pastor é obrigado a fazer algo em seu nome - como os levitas faziam para os israelitas. Portanto o pastor não pode exigir dos cristãos, nem deve a Igreja requerer dos cristãos, um dízimo para o sustento de um pastor. O sustento dos obreiros e da obra, à luz da Nova Aliança, será explicado quando falarmos da Nova Aliança. O livro de Deuteronômio traz instruções detalhadas sobre o segundo dízimo requerido na Lei Mosaica.                                                       

São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o SENHOR, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra. A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome; a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e toda escolha dos vossos votos feitos ao SENHOR, e vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, vós, os vossos filhos, as vossas filhas, os vossos servos, as vossas servas e o levita que mora dentro das vossas cidades e que não tem porção nem herança convosco. Nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo do teu cereal, nem do teu vinho, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, nem nenhuma das tuas ofertas votivas, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem as ofertas das tuas mãos; mas o comerás perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que mora na tua cidade; e perante o SENHOR, teu Deus, te alegrarás em tudo o que fizeres. Guarda-te, não desampares o levita todos os teus dias na terra (Deuteronômio 12:1,6,11,12,17 ao 19). 

Neste texto, encontram-se instruções específicas sobre este dízimo, que é chamado pelos estudiosos de dízimo do festival. Em primeiro lugar, o texto, que está direcionado ao povo judeu e não a gentios, menciona que o Senhor iria determinar um lugar ao qual o povo faria chegar seus dízimos. Em seguida, percebe-se uma informação curiosa, havia o ato de comer o dízimo por parte do povo, e não podia comê-lo nas cidades em que residia, mas apenas no lugar onde o Senhor escolhesse. Nesta passagem, se começa a encontrar características peculiares deste outro dízimo prescrito na Lei e que o torna diferente da definição do primeiro dízimo no livro de Números, e que também nada tem a ver com o dízimo ensinado e cobrado hoje nas Igrejas.

Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente. Comam o dízimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e a primeira cria de todos os seus rebanhos na presença do Senhor, o seu Deus, no local que ele escolher como habitação do seu Nome, para que aprendam a temer sempre o Senhor, o seu Deus. Mas, se o local for longe demais e vocês tiverem sido abençoados pelo Senhor, o seu Deus, e não puderem carregar o dízimo, pois o local escolhido pelo Senhor para ali pôr o seu Nome é longe demais, troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local que o Senhor, o seu Deus, tiver escolhido. Com prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença do Senhor, do seu Deus (Deuteronômio 14:22 ao 26 (NVI).                                               

O dízimo seria comido pelo povo, mas não aonde ele residisse, no local em que o Senhor escolher como habitação do seu Nome, Jerusalém. Encontra-se a primeira menção a dinheiro relacionado ao dízimo. No caso da época, a prata era usada como moeda. Fica claro que o dízimo, como era para ser comido, consumido pelo povo, não podia ser dinheiro. Não importa como se estuda a Bíblia, o dinheiro nunca pode ser interpretado como sendo a substância do dízimo, nem nunca foi considerado um item de consumo. Se o dízimo fosse tanto que dificultasse seu transporte, ele deveria ser trocado por prata e, ao chegar ao local determinado, esta prata deveria ser convertida novamente em bens comestíveis e estes serem comidos pelos judeus juntamente com suas famílias. Já que transportar o dízimo em forma de alimentos era um pesado fardo quando se vivia muito longe de Jerusalém, isso também prova que o dízimo não era dinheiro já ele que não criaria um fardo. Este festival, um verdadeiro banquete festivo, seria uma forma de confraternização familiar diante do Senhor.

Em outras palavras, não deixe ali aquilo que trouxerem para que outros se sirvam, mas o seu dízimo é para desfrute seu e de sua família. O fortalecimento da família estava assim inserido na doutrina Bíblica do dízimo na Lei. A ideia também foi a de promover a unidade na família e servos, e eles todos iriam a Jerusalém e consumiriam este tipo particular de dízimo. Fica clara a diferença destes dois dízimos. O dízimo de Deuteronômio continua a ser propriedade do dono original; o dízimo em (Números 18), pertence aos levitas. Finalmente, enquanto a finalidade do dízimo levítico era fornecer uma herança para os levitas (e sacerdotes), o propósito do dízimo do festival é indicado em (Deuteronômio 14:23, segunda parte: para que aprendam a temer sempre o Senhor, o teu Deus todos os dias).

Encontra-se na Bíblia um terceiro dízimo chamado pelos estudiosos de dízimo dos pobres. Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade. Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem (Deuteronômio 14: 28, 29).                                                  

No mesmo livro encontra-se outra ordenança sobre este mesmo dízimo:

Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem. Dirás perante o SENHOR, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci (Deuteronômio 26:12, 13).                           

O dízimo destinado aos pobres, viúvas e estrangeiros era uma forma clara de se fazer justiça social, havia a clara preocupação de que os pobres não ficassem desamparados. Havia uma diferença entre este dízimo e os dois anteriores a ele. Os dízimos anteriores eram entregues a cada ano ou durante festas. Este terceiro dízimo era para ser oferecido a cada terceiro ano. Existe ainda mais uma diferença clara entre o dízimo Bíblico e o cobrado hoje pelas Igrejas. Com as despesas da Igreja que existem hoje, é mais conveniente para muitas Igrejas não utilizar o que elas chamam de dízimo para alimentar os necessitados. Em vez disso, muitas requerem uma oferta monetária de benevolência, acima e além do dízimo monetário para preencher esta necessidade.             

Isso é o inverso do verdadeiro e preciso propósito Bíblico do dízimo. O próprio Deus institui uma forma de se fazer justiça social e distribuição de renda entre o povo. A inclusão desses grupos de beneficiários, que não somente a liderança religiosa, como ocorre hoje em dia, dará o tom do discurso e do cuidado que o Senhor demonstrará no Antigo e Novo Testamentos, quando o assunto for dízimo ou os recursos do seu povo. Conclui-se assim que existiam três dízimos distintos e obrigatórios na Lei Mosaica.            

👉O primeiro foi chamado o dízimo dos levitas.

👉O segundo foi chamado o dízimo do festival, e era no festival no santuário central em Jerusalém que ele era consumido.

👉O terceiro foi chamado o dízimo dos pobres.

Então você tem 10%, 10%, 3 1/3% a cada ano, se você tem 10% a cada três anos. Ok? Você está agora com 23%. Esse era o dízimo do Velho Testamento. Assim, quando alguém chega e diz que o judeu deu 10%, não é verdade. O judeu deu 23% para começar. Todos os três são taxas, não são doações voluntária a Deus. O dízimo era sempre tributo. Assim os programas do governo poderiam funcionar. O programa sacerdotal, o programa religioso nacional e o programa de bem-estar social. Os pobres não dizimavam, recebiam mantimentos oriundos de um dízimo. Esta verdade torna mais distante ainda a prática de algumas Igrejas atuais do ensino Bíblico sobre dízimo, muitas oprimindo o pobre, dando assim um péssimo testemunho através de sua conduta. Uma das coisas mais ofensivas que eu ouvi ser pregada com relação ao dízimo é que todos, independentemente da sua situação financeira, sejam eles ricos ou pobres, estão sujeitos a ordenança de pagar o dízimo.

Que tipo de ensino cruel é esse que pediria às pessoas pobres para negligenciarem as necessidades materiais suas e de seus filhos apenas para que possam dar dez por cento de sua renda à uma Igreja? Deus certamente nunca ordenou aos pobres na Bíblia que passassem fome para que pudessem sustentar os levitas, o que faz estas pessoas pensarem que Deus iria exigir isso deles agora? Muitas Igrejas hoje distorceram completamente a Palavra de Deus em suas mentes, em um esforço para cobrir suas grandes despesas operacionais através da exigência às pessoas pobres do pagamento de dinheiro através dos dízimos. Ao invés de trabalharem para encorajar aos pobres e para tirá-los da sua pobreza, elas tentam mantê-los escravizados a uma lei do Antigo Testamento, uma que as próprias Igrejas não estão cumprindo corretamente.

O DIZIMO EM MALAQUIAS                                      

Existem algumas passagens sobre dízimo em outras partes do Antigo Testamento, como, por exemplo, no Livro de (2 Crônicas 31:5 ao 12; Neemias 10:37,38. Historicamente o povo de Deus havia, por diversos motivos, negligenciado os levitas e o sacerdócio, e estes livros mostram o retorno, com algumas variações, do cuidado com o sacerdócio levítico. Mas nenhum texto da Bíblia é mais citado quando se fala de dízimo que este do livro de Malaquias.                                                     

Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis. Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos (Malaquias 3:8 ao 11).                                      

Não existe qualquer dificuldade para a real compreensão do texto. Como já claramente demonstrado, o dízimo de produtos agropecuários era uma obrigação dos judeus para com os levitas, além da obrigação do recolhimento dos dois dízimos adicionais. Deus, através de Malaquias, repreende aos sacerdotes e à nação que estavam realmente roubando o que era de Deus, simples assim, e nenhuma relação essa repreensão tem com os cristãos na Nova Aliança. O dízimo, detalhadamente descrito nas citações anteriores, nada tinha a ver com a Igreja cristã, muito menos o ato de não entregá-lo. Existem diversos detalhes no citado texto que podem ser analisados meticulosamente, mas como já ficou claramente explanado em que consistia o dízimo na Bíblia, tal estudo seria desnecessário, bastando aqui a precisa, objetiva e clara explanação deste texto feita pelo Reverendo Augustus Nicodemus Lopes (2011 - primeira parte), em pregação realizada na Igreja Batista da Parquelândia em Fortaleza. Os dízimos faziam parte da aliança de Deus com Israel, faziam parte das leis cerimoniais relacionadas com o culto. 

Então, o problema aqui não era o dízimo, o problema era a desobediência. Eles não estavam cumprindo aquilo que Deus exigia na aliança. Fazia parte do culto e eles não estavam fazendo isso e, por isso, Deus os estava amaldiçoando. Não é o ato de dar o dízimo em si, como se fosse uma negociata com Deus, mas era uma questão de cultuar a Deus como Deus havia determinado e, no culto do Antigo Testamento, o dízimo fazia parte integrante. Então não é a questão do dízimo em si, como hoje é enfatizado. O dízimo passa a ser uma coisa mágica, uma negociata com Deus: se você der o dízimo, Deus vai lhe abençoar. É só estudar o contexto e você vai ver que a questão do dízimo não era a questão do dízimo, mas é uma questão da obediência do povo de cumprir os termos da aliança que Deus tinha feito com eles, de cultuar a Deus da forma correta. O texto citado reflete assim uma situação ocorrida na vigência de uma Lei, de uma aliança de Deus com o povo judeu, aliança esta que não é a aliança da qual participamos, a Nova Aliança no sangue de Cristo.                                                

O texto é direcionado aos que estão debaixo da Lei Mosaica: Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus (Romanos 3:19). Os judeus estavam debaixo desta Lei da qual não fazemos parte: Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor (Gálatas 3:24, 25 (NVI).               

O ensino do dízimo para os cristãos que não estão sob a Lei é desta forma algo incoerente. Pessoas que ensinam o dízimo dizem que não estão promovendo a Lei. No entanto, as únicas instruções sobre o dízimo que vieram de Deus vieram através da Lei para as pessoas que estavam sob a Lei. Esse foi o único grupo de pessoas a quem Ele instruiu a dizimar. Além de incoerente, a simples menção do texto de Malaquias nos púlpitos antes da coleta é algo totalmente fora de nossa época e de nosso contexto. O que você quer dizer quando diz, fora de seu tempo ou contexto? Não era o Antigo Testamento escrito para nosso uso? Sim e não. Sim: porque o Novo Testamento mesmo diz que essas coisas estão escritas para nosso exemplo e advertência.

E não, porque muitas coisas, especialmente as leis, nunca foram destinadas a serem aplicadas à Igreja do Novo Testamento. Recai sobre os pastores, liderança e pregadores a responsabilidade de estudarem a Palavra e alimentarem ao povo com a sã doutrina, ao invés de oferecerem interpretações equivocadas que são aceitas pela simples falta de conhecimento Bíblico por parte dos membros. Para ser honesto com sua interpretação da Palavra de Deus, pastores cristãos devem parar de enganar os membros da Igreja menos informados e parar de levá-los a pensar que (Malaquias 3:8 ao 10), significa exatamente o oposto do que foi realmente ensinado. Existe na mente da maioria dos cristãos a ideia de que os quatro evangelhos, por estarem no Novo Testamento, relatam fatos de depois da Lei, o que induz a expressão o dízimo é de antes da Lei, durante a Lei e depois da Lei. Este fato nos conduz ao estudo das passagens em que o dízimo foi mencionado nos evangelhos, quando Jesus dialogava com os fariseus.                                     

Malaquias: Vamos primeiro a (Malaquias 3:6 ao 10), o que cita-se volta e meia para verificar o dizimo para hoje em dia.

Pode um home roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guarda-las.                                                                                           

Há vários problemas em usar este trecho para os que estão em Cristo e debaixo da graça Dele.                                               

👉Essa exigência de dar o dízimo faz parte da velha aliança, mosaica, que foi dada somente aos judeus, jamais aos gentios. Em todo caso, aquela aliança tornou-se antiquada e envelhecida com a morte de Jesus, e desapareceu por completo com a destruição do Templo de Jerusalém em 70 depois de Cristo.                                                                                   

👉Este trecho é uma continuação do pensamento que começou em (Malaquias 2:1: Agora, pois este mandamento é para vocês, os sacerdotes). Para um certo grupo de sacerdotes, em um determinado contexto. Não havia enumeração de versículos e capítulos no texto original, e pode ver a continuação você mesmo em (Malaquias 2:4; 2:8), são enfáticos que esta advertência tem a ver com manter a aliança levítico. Você encontra um versículo parecido, exigindo um dízimo para manter sua aliança com Jesus? Isto é mais um exemplo da importância do contexto: quem fala a quem? Debaixo de qual aliança? E debaixo de quais circunstâncias? Tantas vezes nos púlpitos, citam Malaquias, começando em (Malaquias 3:6), e soa que Deus esteja falando a nós, hoje em dia. Mas é só começar em (Malaquias 1:1), e fica evidente que não. Citar este trecho fora de contexto tem causado confusão, coação, e condenação imensurável.       

👉Versículo 2:2: do mesmo pensamento, Deus diz que tem amaldiçoado a essas pessoas, e promete amaldiçoa-las mais. Ao interpretar a Bíblia, uma pergunta muito útil de se fazer é: É isso possível depois que Jesus morreu no Madeiro? E a resposta aqui definitivamente é: Não. Cristo se fez maldição por nós e quitou toda essa maldição. (Gálatas 3:13, Romanos 8:1, 2 Coríntios 5:21).                                                                

👉Malaquias 3:10 diz: Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento (comida) em minha casa. Espera. Templo? Que tem a ver esse templo com você? E, minha casa? Nós, nossos corpos físicos, somos agora o templo, a casa de Deus. Nada em contra de congregarmos em um imóvel dedicado a esse propósito, e sim, é justo ajudar com os gastos (1 Coríntios 9; Gálatas 6:6), mas há um erro em usar termos hoje em dia como templo, santuário, altar, etc, para nos referirmos a um edifício, ou as partes dele.

Nós mesmos somos a Igreja, o templo, a casa de Deus e onde dois ou três estiverem reunidos em nome de Deus, ali está a Igreja. As coisas físicas na antiga aliança eram uma sombra; as coisas espirituais na nova aliança são a realidade. O templo a qual (Malaquias 3:10), se refere é o Templo de Jerusalém, que foi destruído em 70 depois de Cristo. Hoje nós somos o verdadeiro templo de Deus.                                                     

👉A história de fundo de (Malaquias 3:10), os levitas recebiam uma décima parte das colheitas das outras onze tribos de Israel em troca de seu labor de fazer sacrifícios no Templo. Chegou um tempo (Neemias 13:10-13), em que os levitas não recebiam estes dízimos e saíram do Templo para trabalhar por sua comida. Deus repreendeu os líderes por fazer isso. Para repetir, a Velha Aliança nunca foi dado a você, só aos judeus, e em todo caso esse templo e esse sistema foi destruído em 70 depois de Cristo. Toda a Bíblia foi escrita para nossa instrução, mas em muitos casos somos observadores, não destinatários; sempre olha o contexto.                       

👉Aqueles que exigem que os crentes em Jesus vivam como judeus quanto aos dízimos, não vivem eles mesmos como os levitas, sem heranças, sem salários, sem terrenos ou propriedades.                   

👉Como disse antes, dar para receber é uma perversão do amor de Deus. Deus dá para dar, porque Ele mesmo é amor. Você agora é seu filho(a) amado(a), seu reflexo vivo, assim Ele vai te inspirar a dar e compartilhar seus bens, sem pensar em recompensa financeira. A Antiga Aliança trata de uma overdose de Fazer o bem, receber o bem; fazer o mal, receber o mal, para exaurir o orgulho e o esforço humano. Jesus veio e deu volta a essa economia, trazendo o favor e as bênçãos de Deus aos que mereciam menos. As referências na Nova Aliança sobre semear e colher têm seu próprio sentido e contexto, que você pode verificar ao ler (2 Coríntios 8 e 9, e Gálatas 1 a 6). Uma ajuda: não confunda castigo com consequências. 

O DIZIMO NOS EVANGELHO                               

Um dos maiores equívocos de interpretação da Bíblia reside na falta do conhecimento de que os quatro evangelhos relatam fatos que ocorreram na vigência da Lei Mosaica e que, consequentemente, Jesus viveu na vigência da Lei. Todas as palavras de Jesus nos Evangelhos foram dadas aos que estavam na Antiga Aliança. Na época de Cristo, Ele e seus discípulos viviam de acordo com a Lei, suas práticas e costumes. Apesar de que pessoas sem qualquer inspiração definem os quatro Evangelhos como sendo livros do Novo Testamento, a maioria dos cristãos mais conscientes percebe que, na realidade, a Nova Aliança não começou até o momento em que Cristo morreu no Calvário. A vida de Jesus precisa assim ser compreendida como uma vida que transcorreu debaixo de toda a instrução da Lei Mosaica. O texto de (Mateus 23:23), é citado quando se busca provar que Jesus confirmou a exigência do dizimar aos cristãos.                                                           

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquela (Mateus 23:23).                                                                                                                                   O juízo, a misericórdia e a fé mencionados por Jesus são, ao contrário do dízimo, amplamente ensinados em todos os escritos da Nova Aliança. Muitos cristãos ao lerem este texto de (Mateus 23), concluem equivocadamente que Jesus estava mandando aos que vivem na Nova Aliança, a não desprezarem o dízimo. Estas pessoas equivocadamente concluem que os fatos citados nos evangelhos, por estarem compilados no que chamamos Novo Testamento, são automaticamente da Nova Aliança em Cristo. Augustus Nicodemus Lopes (2011 - segunda parte) explica bem este fato respondendo a pergunta de um irmão em evento na Igreja Batista da Parquelândia, em Fortaleza, quando o mesmo pergunta se este texto seria uma referência de Jesus quanto ao dízimo no Novo Testamento: Você tem que lembrar que Jesus está operando ainda no Antigo Testamento.

O Novo Testamento se inicia com a morte dEle, a ressurreição e Pentecostes. Jesus ainda está operando debaixo do Antigo Testamento. É por isso que ele quando, por exemplo, quando curou o cego não é? O leproso, ele disse, vai e te mostra ao sacerdote no templo. Não é isso? Ele tava operando ainda debaixo do Antigo Testamento. O que marca o Novo é a morte dele, a sua ressurreição e o dia de Pentecostes. Então, o que Jesus está dizendo ao fariseu é que ele tinha de fazer aquilo que a Lei mandava. Tá bom? Então, não é um endosso pro dízimo no Novo Testamento, é Jesus chamando os fariseus de hipócritas. É isso que ele tá fazendo aí. Esta citação menciona um interessante aspecto: a orientação que Jesus dava aos judeus que ele curava.

Nunca Jesus orientou a gentios curados por Ele para que se apresentassem ao sacerdote, da mesma forma que Ele jamais requereu dos gentios o cumprir da Lei Mosaica. Jesus não poderia ordenar os não-judeus a se apresentarem aos sacerdotes após serem curados, para trazerem sacrifícios ao templo ou dizimarem. Por quê? Ele não podia fazer isso e ainda observar a Lei. Gentios não eram regidos pela Lei Mosaica e não era permitido pela Lei que os que não eram judeus prosélitos fossem circuncidados ou dizimassem. Dízimos não teriam sido aceitos, mesmo se os cristãos gentios tivessem tentado entregá-los. Para ser legítimo, o dízimo só deveria vir de israelitas de pleno direito e somente a partir de dentro de Israel.

Portanto, (Mateus 23:23), não tem relevância para os cristãos gentios ou para a Igreja. Nem tudo que Jesus fazia, assim como nem tudo que Abraão fazia, pode ser exigido dos cristãos gentios na atualidade. Por exemplo, só porque Jesus celebrou a Páscoa, isso não deve ser entendido como uma ordem para que os cristãos celebrem a Páscoa. Quando Jesus mandou o leproso que curara se mostrar ao sacerdote (Mateus 8:1 ao 4), esta, mais uma vez, não deve ser entendida como uma ordem para os cristãos entrarem domingo numa Igreja para adoração a fim de que possam demonstrar sua pureza. Além disso, a oferta que foi prescrita por Moisés (Mateus 8:4; Levítico 14), também não é necessariamente prescrita para os cristãos com base na ordem de Jesus a este leproso.                                                             

👉Jesus dizimou? A Bíblia não menciona que Jesus fosse agropecuarista, e sim que José foi carpinteiro, possivelmente Jesus também tenha sido. Jesus nasceu numa família pobre, fato comprovado pela oferta levada por seus pais em sua apresentação: Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado; e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos (Lucas 2:22 ao 24).                                           

👉Havia na Lei a prescrição de que, se não houvesse condições financeiras, ou seja, se a pessoa fosse pobre, a oferta poderia ser de um par de rolas ou dois pombinhos: Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela mulher, e será limpa (Levítico 12:8).                                 

👉As famílias pobres como a de Jesus não dizimavam, antes recebiam ajuda de um dízimo específico, como já anteriormente demonstrado. Já na fase adulta, em seu ministério, Jesus adotou uma prática reservada aos pobres e prevista na Lei em Levítico: Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus (Levítico 19:10).           

👉Bem como em Deuteronômio: Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos. Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será. Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante (Deuteronômio 24:19 ao 21).                           

O judeu deveria assim lembrar-se do pobre até na hora de colher seus frutos. O dízimo da terra não incluía toda a terra. Deus ordenou aos proprietários para que não colhessem os cantos e não pegarem o que tinha caído depois da colheita. Este restante era sagrado para os pobres. Em três textos é demonstrado os discípulos de Jesus se alimentando deste resto de colheita reservado aos pobres. Caso não fosse este restante, eles seriam prontamente acusados pelos fariseus de estarem roubando a colheita alheia e, se eles não fossem pobres, seriam acusados de estarem se aproveitando de uma sobra destinada legalmente apenas aos pobres. Sendo pobres na forma da Lei, os mesmos não dizimavam, antes recebiam os benefícios da Lei. 

Os fariseus não acusaram Jesus de não pagar o dízimo porque ele pagasse. Em vez disso, eles não o acusaram porque ele não seria qualificado para pagá-lo. Jesus e seus discípulos não eram obrigados a dar o dízimo porque eram pobres. O incidente recolhendo restos de espigas, registrado por três vezes (Mateus 12:1 ao 12; Marcos 2:23, 24; Lucas 6:1, 2), é importante. Se o dízimo fosse obrigado a todas as pessoas e fosse de todos os tipos de alimentos colhidos, então poderíamos ter esperado que os fariseus acusassem Jesus e seus discípulos de não pagarem o dízimo sobre o grão que tinham acabado de colher e comer. A falta de tal acusação prova que nenhuma lei desse tipo seria aplicada a pessoas pobres que colhiam restos de espigas. Fica assim claramente demonstrado que Jesus não dizimou e que de fato ordenou nos Evangelhos o cumprimento da Lei Mosaica pelo simples motivo de que Ele viveu na vigência da Lei.

MATEUS 23:23

Nos evangelhos, Jesus sim se refere a dar, dizimar, etc, mas recorda que Ele mesmo ainda estava debaixo da Antiga Aliança (Gálatas 4:4,5). Não descartemos nenhuma palavra da Bíblia, mas sempre temos que levar em consideração o contexto. Em (Mateus 23:23), por exemplo, Jesus estava falando aos fariseus baixo a aliança deles, antes da cruz. E a aliança deles jamais foi dado aos gentios. Se (Mateus 23:23), fosse para o crente gentio de hoje, após a cruz, teremos de dar o dízimo até da hortelã, do endro, e do cominho, ao pé da letra de o que Ele falou. É muito comum citar o final do versículo: Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas, para justificar o dízimo obrigatório, e ao mesmo tempo passar por alto o início do mesmo versículo: Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! (Mateus 5:17).

Em Mateus 5:17, Jesus disse que não veio revogar a lei, senão cumpri-la. De novo, o contexto é primordial: Historicamente, a Velha Aliança tinha regras e condições: Se você fizer isto, Deus fará aquilo. Porém, em (Mateus 5:1), Jesus faz uma série de declarações que não soam assim, não são assim de condicionais. Por isso, Ele esclarece: Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Não vim abolir, mas cumprir (Mateus 5:17 ao 20). E Ele SIM cumpriu a lei. O desenlace de Ele veio cumprir a lei não é Então eu tenho que seguir Seu exemplo e cumprir a lei também, senão (João 19:30: Está consumado! Tetalestai! Dívida paga). E ao ler Efésios 2, escrito a um público principalmente de origem gentio, Paulo diz que Jesus SIM anulou a lei (ou desfez, ou aboliu, ou acabou com ela, dependendo da tradução). 

Isso foi para fazer de todos, dos judeus e os gentios, uma nova família, e não baixo a Antiga Aliança da lei, senão a Nova Aliança da graça. E no versículo 20, ele continua a dizer que o fundamento desta nova família são, os apóstolos e os profetas, não a lei e os profetas. Isto é perfeitamente consistente com as demais cartas de Paulo e com Hebreus. Um pouco mais ao respeito deste desenlace (Lucas 24:44), Jesus em caminho a Emaus: E disse-lhes: Foi isso que eu lhes falei enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Ainda mais: Em Atos 15, tiveram o Concílio de Jerusalém onde resolveram a questão de impor ou não impor a lei judaica nos convertidos gentios. Vá lá para ler por inteiro, mas cito aqui um pouquinho. A conclusão de Pedro, que andava com Jesus e caminhou na água, foi: Então, por que agora vocês estão querendo tentar a Deus, pondo sobre os discípulos um jugo que nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar? De modo nenhum! Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus, assim como eles também (Atos 15:10,11).                                                             

A conclusão de Tiago, que em outro contexto disse a fé sem obras está morta, foi: Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus. Ao contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue (Atos 15:19,20). Pronto. Cadê o dízimo? Depois, juntos escreveram uma carta à Igreja em Antioquia que disse em parte: Pareceu bem ao Espirito Santo (Imagina! ao Espírito Santo mesmo, que tomou parte nisso!) e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias: Que se abstenham de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em evitar essas coisas (Atos 15:28,29). 👉De novo: cadê o dízimo? Dar a César o que é de César dar a Deus o que é de Deus. E daí? Não há conexão nenhuma entre esta declaração de Jesus e uma exigência de todo o mundo dar 10% do salário bruto, em dinheiro, em certa Igreja, a pessoas que não precisam viver como levitas, sem heranças, salários ou terrenos. Só a repetição, o hábito, a tradição. Não fica totalmente claro exatamente ao que Jesus se referia, mas não era um dízimo.              

A Viúva e as moedas.                                                                    

É só olhar o texto: Lucas 21:1: Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Contribuições. Ofertas. Nada a ver com o dízimo. Um dízimo é por definição 10%, e por lei consiste de comidas e animais. Ela deu moedas, e ela deu tudo, não 10%. Então nada a ver. Por sinal, viu que ela deu moedas? Este é um de vários trechos que refuta a mentira que os dízimos eram em comidas só porque o dinheiro era escaso ou inexistente. Era a moeda de troca na época, dizem, os que são falso.                                                         

O DINHEIRO E AS PROFISSÕES NA BÍBLIA                     

Após demonstrar-se o dízimo Bíblico na vigência da Lei, convém deter-se um pouco para que se entenda, segundo a Bíblia, como a sociedade da época lidava com dinheiro e quais ocupações profissionais são mencionadas na Palavra de Deus. Esta análise se faz necessária porque muitos afirmam que o dízimo é descrito na forma de produtos agropecuários devido ao fato de que os judeus eram todos agropecuaristas e que, como na sociedade atual poucos são agropecuaristas deve-se, por analogia, concluir que o gado e o produto do campo para o judeu ocupavam a mesma posição ocupada hoje pelo dinheiro na vida dos cristãos contemporâneos.

Existem nesta linha de raciocínio dois equívocos. Nem todos os judeus eram agropecuaristas e produtos agropecuários para o judeu tinham o mesmo significado que tem nos dias de hoje. É intrigante ouvir alguém, incluindo um pastor, se referir a esses três versos em (Levítico capítulo 27), e interpretar grãos do solo e frutos das árvores como sendo equivalentes ao dinheiro usado na sociedade de hoje. Ao fazer isso, altera-se o dízimo para significar uma outra coisa que não a sua verdadeira definição. Os grãos e as frutas são os mesmos grãos e as frutas que crescem e as pessoas consomem hoje. O Novo Testamento não sugere, implica, ou tolera essa mudança para o dízimo. Levanta-se ainda a tese da inexistência de dinheiro nos tempos Bíblicos, havendo apenas a prática do escambo, a troca de bens, quando de fato já havia dinheiro em Gênesis e ele tinha a mesma função do dinheiro de hoje.  

O texto de (Gênesis 47:15 ao 17), demonstra, entretanto, que o escambo havia usualmente na falta de dinheiro: Acabando-se, pois, o dinheiro na terra do Egito e na terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo. Dá-nos pão; por que morreremos em tua presença? Porquanto o dinheiro nos falta. E José disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro. Então, trouxeram o seu gado a José; e José deulhes pão em troca de cavalos, e das ovelhas, e das vacas, e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano por todo o seu gado (Gênesis 47:15 ao 17). Em Gênesis o dinheiro é mencionado muitas vezes (em algumas traduções é utilizado o termo prata, que era usada como dinheiro) e depois que o dízimo foi mencionado na Lei Mosaica o dinheiro é mencionado varias vezes. Observe dois destes textos em que dinheiro é mencionado:

👉Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua (Gênesis 17:13).                                            

👉Tendo Abraão ouvido isso a Efrom, pesou-lhe a prata, de que este lhe falara diante dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda corrente entre os mercadores (Gênesis 23:16).                           

A prata, pesada e medida em siclos, era moeda corrente entre mercadores, homens que não viviam da agropecuária. Como não havia ainda a cunhagem de moedas, a prata era usada como dinheiro de forma bruta e pesada no momento da transação. Em Levítico 19:35, 36, se encontra a ordem do Senhor de que seu povo fosse honesto na hora de usar a balança de pesar: Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. Balanças justas, pesos justos, efa justo e justo him tereis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito (Levítico 19:35,36). Este dinheiro corrente em forma de prata pesada não era, como alguns podem deduzir, corrente apenas entre gentios pagãos. Muito pelo contrário, esta prata era também pesada em uma medida denominada de siclo do santuário (aproximadamente (11 gramas), ou seja, algo genuinamente judeu, como encontramos em diversas passagens.   

👉Todo aquele que passar ao arrolamento dará isto: metade de um siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte geras); a metade de um siclo é a oferta ao Senhor (Êxodo 30:13).                               

👉A prata dos arrolados da congregação foram cem talentos e mil e setecentos e setenta e cinco siclos, segundo o siclo do santuário (Êxodo 38:25).         

👉Toda a tua avaliação se fará segundo o siclo do santuário; o siclo será de vinte geras (Levítico 27:25).                                                                 

👉Dos primogênitos dos filhos de Israel tomou o dinheiro, mil trezentos e sessenta e cinco siclos, segundo o siclo do santuário (Números 3:50).                                                                             

👉O resgate, pois (desde a idade de um mês os resgatarás), será segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras (Números 18:16).                             

👉Então, saiu o povo e saqueou o arraial dos siros; e, assim, se vendia um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, segundo a palavra do SENHOR (2 Reis 7:16).                       

👉Assim se cumpriu o que falara o homem de Deus ao rei: Amanhã, a estas horas mais ou menos, vender-se-ão dois alqueires de cevada por um siclo, e um de flor de farinha, por um siclo, à porta de Samaria (2 Reis 7:18).                                                                                 

👉Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que conte o dinheiro que se trouxe à Casa do SENHOR, o qual os guardas da porta ajuntaram do povo (2 Reis 22:4).                                                                                 

Além desta moeda corrente, deste dinheiro em forma de metal precioso bruto pesado em siclos do santuário, encontra-se na Bíblia a menção de um valor monetário em forma de moedas cunhadas, a dracma e o darico. Em diversas traduções estes termos se intercalam, umas trazem dracmas, provavelmente a dracma grega, e outras daricos de origem persa. Qualquer que seja o termo utilizado, ambos significam moedas cunhadas, como se vê nestes trechos das Escrituras.                                             

👉E deram para o serviço da Casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro (1 Crônicas 29:7).               

👉Conforme o seu poder, deram para o tesouro da obra, em ouro, sessenta e um mil daricos, e, em prata, cinco mil arráteis, e cem vestes sacerdotais (Esdras 2:69).                                                     

👉E vinte taças de ouro de mil daricos e dois vasos de bom metal lustroso, tão desejável como ouro (Esdras 8:27).                       

👉E uma parte dos cabeças dos pais deram para a obra; o tirsata deu para o tesouro, em ouro, mil daricos, cinquenta bacias e quinhentas e trinta vestes sacerdotais. E alguns mais dos cabeças dos pais deram para o tesouro da obra, em ouro, vinte mil daricos; e, em prata, dois mil e duzentos arráteis. E o que deu o resto do povo foi, em ouro, vinte mil daricos; e, em prata dois mil arráteis; e sessenta e sete vestes sacerdotais (Neemias 7:70 ao 72).                                                 

Fica evidente através dos textos Bíblicos que o dízimo era de produtos agropecuários em uma época na qual as pessoas já se utilizavam de dinheiro. Até aos dias de hoje dinheiro continua tendo a mesma função e os bens agropecuários continuam a saciar a fome da humanidade. Não existe nada de novo nestas duas realidades que permanecem inalteradas a despeito do progresso da humanidade. Em relação ao fato de que nem todos os judeus eram agropecuaristas, convém ressaltar que a Bíblia descreve de forma clara a existência de diversas profissões e ofícios desde os mais remotos tempos bíblicos. Estas ocupações eram remuneradas em dinheiro da época e cujos trabalhadores não eram agropecuaristas, ou seja, não havia condições deles entregarem o dízimo na forma explicitada na Lei, fruto do campo e crias do gado.            

A primeira profissão que se encontra diferente de agropecuaristas é a de mercadores. Os homens que a adotavam não podiam dar o dízimo prescrito na Lei porque o fruto de seu trabalho e de suas posses não era bens agropecuários, mas dinheiro em forma de siclos de prata conforme a medida do siclo do santuário. Não há nenhuma prescrição Bíblica para que estes mercadores convertessem seu dinheiro em bens agropecuários e assim dizimassem, ou que dez por cento de seu dinheiro seria aceito como dízimo. Existiam diversas outras ocupações e profissões que são apresentadas por toda a Bíblia. Todas estas são completamente diferentes do ofício de agricultores e pecuaristas. Algumas destas encontram-se nas passagens a seguir.

Artes manuais em Êxodo 31:3 ao 5.                                           

👉E o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores).                       

Padeiro em Jeremias 37:21 e em Oséias 7:4.                        

👉Então, ordenou o rei Zedequias que pusessem a Jeremias no átrio da guarda; e, cada dia, deram-lhe um pão da Rua dos Padeiros, até acabar-se todo pão da cidade. Assim ficou Jeremias no átrio da guarda). Todos eles são adúlteros: semelhantes ao forno aceso pelo padeiro, que somente cessa de atiçar o fogo desde que sovou a massa até que seja levedada).                                                            

Construtores e carpinteiros.                                                                

👉O dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que dirigiam a obra e tinham a seu cargo a Casa do SENHOR; estes pagavam aos carpinteiros e aos edificadores que reparavam a Casa do SENHOR, como também aos pedreiros e aos cabouqueiros, e compravam madeira e pedras lavradas para repararem os estragos da Casa do SENHOR, e custeavam todo o necessário para a conservação da Casa do SENHOR (2 Reis 12:11, 12).                                                                                

E ainda em 2 Reis 22:6.                                                                        

👉Aos carpinteiros, aos edificadores e aos pedreiros; e comprem madeira e pedras lavradas, para repararem os estragos da casa).       

E também em 2 Crônicas 24: 12.                                                        

👉O qual o rei e Joiada davam aos que dirigiam a obra e tinham a seu cargo a Casa do SENHOR; contrataram pedreiros e carpinteiros, para restaurarem a Casa do SENHOR, como também os que trabalhavam em ferro e em bronze, para repararem a Casa do SENHOR).

Bem como em Esdras 3: 7.                                                           

👉Deram, pois, o dinheiro aos pedreiros e aos carpinteiros, como também comida, bebida e azeite aos sidônios e tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a permissão que lhes tinha dado Ciro, rei da Pérsia).                                                     

E igualmente em Isaías 44:13.                                                                

👉O artífice em madeira estende o cordel e, com o lápis, esboça uma imagem; alisa-a com plaina, marca com o compasso e faz à semelhança e beleza de um homem, que possa morar em uma casa).                    

No Novo Testamento em Mateus 13:55 e em Marcos 6:3.   

👉Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?).                                       

👉Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele).                                                                                          

Encontra-se ainda a profissão de cozinheiro.                      

👉Então, disse Samuel ao cozinheiro: Traze a porção que te dei, de que te disse: Põe-na à parte contigo. Tomou, pois, o cozinheiro a coxa com o que havia nela e a pôs diante de Saul (1 Samuel 9:23,24 - primeira parte).                                                      

Encontra-se também o ofício de alguns discípulos de Jesus.

👉Os pescadores gemerão, suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as águas desfalecerão (Isaías 19:8).     

👉Eis que mandarei muitos pescadores, diz o SENHOR, os quais os pescarão; depois, enviarei muitos caçadores, os quais os caçarão de sobre todos os montes, de sobre todos os outeiros e até nas fendas das rochas (Jeremias 16:16).                                                                         

👉Junto a ele se acharão pescadores; desde En-Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva (Ezequiel 47:10).                                                                         

👉Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores Mateus 4:18).                                                                           

👉E viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes (Lucas 5:2).                                         

O ofício de administrador também é encontrado na Bíblia.  

👉Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos primeiros (Mateus 20:8).                                 

Encontra-se o ofício de ourives em diversas passagens.         

👉O artífice funde a imagem, e o ourives a cobre de ouro e cadeias de prata forja para ela (Isaías 40:19).                                                       

👉Assim, o artífice anima ao ourives, e o que alisa com o martelo, ao que bate na bigorna, dizendo da soldadura: Está bem feita. Então, com pregos fixa o ídolo para que não oscile (Isaías 41:7).                               

👉Os que gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças assalariam o ourives para que faça um deus e diante deste se prostram e se inclinam (Isaias 46:6).                                                        

Os perfumes já eram produzidos por especialistas, os perfumistas.                                                                                   

👉Ao seu lado, reparou Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; junto dele, Hananias, um dos perfumistas; e restauraram Jerusalém até ao Muro Largo (Neemias 3:8).                                                           

Coletor de impostos, conhecido também como publicano, ofício de Mateus.                                                              

👉Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu (Mateus 10:3).                                                           

👉Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me (Lucas 5:27).

Construtor de tendas, ofício do apóstolo Paulo.             

👉E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas (Atos 18:3).         

Não existe em nenhuma passagem da Bíblia a orientação de que estes profissionais que recebiam em dinheiro a recompensa de seu trabalho deveriam converter este dinheiro recebido em produtos agropecuários para, só então, entregá-los como dízimo, e nenhuma recomendação de que os mesmos deveriam dar o dízimo em dinheiro da recompensa de seu trabalho. Nada sobre isto é mencionado na Bíblia. A única ocasião em que o judeu que não era agropecuarista precisava transformar o dinheiro fruto do trabalho em produtos agropecuários era quando precisava oferecer um holocausto ou alguma oferta especificada na Lei. Pode-se assim concluir que muito provavelmente Pedro, André, Tiago e João, como eram pescadores, não davam o dízimo, bem como José, pai de Jesus, e o próprio Jesus não davam o dízimo porque ambos eram marceneiros, e, finalmente o apóstolo Paulo, construtor de tendas, também não dava o dízimo, pois, como todos os anteriormente citados, aparentemente não era um agropecuarista.

A Bíblia relata em seus livros a existência de alianças feitas entre Deus e os homens no transcorrer da história. Cada aliança tinha suas peculiaridades e, caso o leitor não atente para este fato, pode incorrer no erro de transpor orientações dadas a determinado povo, sob uma aliança específica, a outro povo em condições totalmente diversas, o que certamente levará este leitor a conclusões equivocadas. Com frequência, alguns temas do Antigo Testamento são transportados para o Novo Testamento e investidos de tons e ênfases que diferem – e destoam – do propósito original. Cada vez mais temos visto o dízimo entrar em cena com paramentos estranhos ao que lhe era atribuído quando, há pouco mais de três mil anos, foi adotado na nascente sociedade judaica. O dízimo é algo que foi ordenado na Lei Mosaica, Lei que regulamentava uma aliança de Deus com o povo judeu.                   

A Igreja não se constituiu como povo judeu. Nós não somos judeus, mas gentios e não estamos sujeitos a esta aliança e nem à Lei Mosaica, portanto não é justo que se ensine pequenos trechos da Lei sobre o dízimo ao povo, retirando este ensino de seu contexto original e exigindo seu cumprimento nos dias de hoje. Já que a Igreja não adere a todo ritual do dízimo, ela não deve usar qualquer parte dele para definir como o cristão deve dar hoje. Não parece bom usar apenas partes seletivas do ritual do dízimo para obter dos cristãos o sustento para a Igreja. Em vez disso, basta perguntar a congregação se eles estão dispostos a apoiar os ministérios da Igreja. Esta é a forma como foi feito na Igreja primitiva, e não havia pessoas necessitadas entre eles como no livro de Atos. O dízimo requerido na maioria das Igrejas cristãs é um verdadeiro quebra-cabeças cujas peças não se encaixam pelo fato de que elas fazem parte de realidades totalmente distintas e inconciliáveis.

Ordenanças da Lei, fatos aleatórios anteriores à Lei e ensinos da Nova Aliança não se encaixam na mesma gravura. O cristão ficará confuso se for tentar encontrar este modelo de dízimo nas Escrituras, simplesmente porque ele não está lá. Antes de fazer a coleta no culto, o pastor e muitos lê Malaquias onde se chama o que retém o dízimo de ladrão, e o dízimo de Malaquias está inserido na Lei, e logo em seguida os mesmo diz que o dízimo não é obrigatório, que ele é voluntário, e cita com isso o exemplo de Abraão, cujo dízimo nada tem a ver com o dízimo da Lei, fato já anteriormente estudado, e, concluindo sua intervenção, ambos terminam com; Deus ama quem dá com alegria, texto da Segunda Carta aos Coríntios, um ensino da Nova Aliança. 

É necessário que o cristão conheça as alianças de Deus com os homens, para que se evite o erro de se tentar viver em alianças distintas e contrárias ao mesmo tempo. A Palavra de Deus nos apresenta a Nova Aliança em Cristo, aliança no seu sangue. Cabe a cada crente em Jesus o buscar na Palavra todo o conhecimento sobre esta aliança na qual ele se encontra e, consequentemente, aprender sobre como o Senhor deseja que seus filhos entreguem suas dádivas para o sustento de sua obra, dos obreiros e dos pobres. 

AS ALIANÇAS - DEUS COM O HOMEM E O HOMEM COM DEUS                                                                                   

A Bíblia nos apresenta algumas alianças realizadas pelo povo de Deus com outros povos e, principalmente, alianças entre Deus e os homens. Aliança significa pacto, um acordo realizado entre partes com a anuência de todos os envolvidos. Algumas alianças são realizadas entre iguais, pessoas ou povos, sem que nenhuma parte esteja em posição de subserviência em relação a outra, como em uma aliança de amor através do casamento. Outras alianças possuem seus termos determinados pela parte que está em posição de superioridade, como quando uma nação vitoriosa firma aliança com o povo derrotado, ou ainda quando Deus, o Criador do Universo, firma aliança com homens que foram criados por Ele. De qualquer forma é necessário sempre que, para que seja uma aliança, exista a concordância de todos que a firmam. Não aceitar os termos de uma aliança afasta as partes, quebrar os termos de uma aliança significa traição, rebelião contra a outra parte.                     

As primeiras alianças de Deus com o homem.        

Partindo do pressuposto que a principal divisão da Bíblia não é Antigo e Novo Testamentos, mas sim onde termina a Antiga Aliança e onde começa a Nova Aliança, convém analisar-se as alianças de Deus com os homens antes de se conhecer a Nova Aliança. Deus fez uma aliança com Noé em Gênesis quando disse: Mas com você estabelecerei a minha aliança, e você entrará na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos (Gênesis 6:18 (NVI).

👉Diante, compreende-se que esta aliança era não apenas com a família de Noé, mas com todos os seres vivos: Então disse Deus a Noé e a seus filhos, que estavam com ele: Vou estabelecer a minha aliança com vocês e com os seus futuros descendentes, e com todo ser vivo que está com vocês: as aves, os rebanhos domésticos e os animais selvagens, todos os que saíram da arca com vocês, todos os seres vivos da terra. Estabeleço uma aliança com vocês: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra. E Deus prosseguiu: Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vocês e com todos os seres vivos que estão com vocês, para todas as gerações futuras: o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra. Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris, então me lembrarei da minha aliança com vocês e com os seres vivos de todas as espécies. Nunca mais as águas se tornarão um dilúvio para destruir toda forma de vida. Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra. Concluindo, disse Deus a Noé: Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e toda forma de vida que há sobre a terra (Gênesis 9:8 ao 17 (NVI).                                                                     

👉Muitos anos depois de Noé, se encontra na Bíblia a pessoa de Abrão. Deus chamou Abrão e lhe fez uma promessa: Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados (Gênesis 12:1 ao 3 (NVI).                                 

👉Entretanto Abrão, depois de anos desta promessa, ficou aflito, pois não tinha filhos, se sentindo assim inseguro do cumprimento da promessa que recebera. Tão logo o Senhor falou com Abrão, este relatou seu dilema a Deus: Depois dessas coisas o Senhor falou a Abrão numa visão: Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa! Mas Abrão perguntou: Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? E acrescentou: Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro! Então o Senhor deu-lhe a seguinte resposta: Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro. Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contálas. E prosseguiu: Assim será a sua descendência. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça (Gênesis 15:1 ao 6 (NVI).                                                     

👉A fé de Abrão foi creditada a ele como justiça. Deus prometeu e Abrão creu: Deus firmou assim Sua aliança com Abrão. Naquele dia o Senhor fez a seguinte aliança com Abrão: Aos seus descendentes dei esta terra, desde o ribeiro do Egito até o grande rio, o Eufrates: a terra dos queneus, dos quenezeus, dos cadmoneus, dos hititas, dos ferezeus, dos refains, dos amorreus, dos cananeus, dos girgaseus e dos jebuseus Gênesis 15:18 ao 21 (NVI).                                                   

👉Posteriormente Deus o chamou, fez uma aliança com Abraão, quando este estava já com noventa e nove anos de idade, detalhando inclusive o sinal que haveria desta aliança: Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: Eu sou o Deus Todo-poderoso; ande segundo a minha vontade e seja íntegro. Estabelecerei a minha aliança entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência. Abrão prostrou-se, rosto em terra, e Deus lhe disse: De minha parte, esta é a minha aliança com você. Você será o pai de muitas nações. Não será mais chamado Abrão; seu nome será Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações. Eu o tornarei extremamente prolífero; de você farei nações e de você procederão reis. Estabelecerei a minha aliança como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes. Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como propriedade perpétua a você e a seus descendentes; e serei o Deus deles. De sua parte, disse Deus a Abraão, guarde a minha aliança, tanto você como os seus futuros descendentes. Esta é a minha aliança com você e com os seus descendentes, aliança que terá que ser guardada: Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados na carne. Terão que fazer essa marca, que será o sinal da aliança entre mim e vocês (Gênesis 17:1 ao 11 (NVI).                                         

👉Centenas de anos após esta aliança de Deus com Abraão, seus descendentes estavam vivendo como escravos no Egito, quando o Senhor falou a Moisés na sarça ardente e o convocou a liderar a saída dos israelitas do Egito. No desenrolar do processo em que Faraó não queria libertar o povo, e por outro lado o povo não acreditava na libertação, Deus disse ao povo que se lembrou da aliança que realizara com Abraão: Disse Deus ainda a Moisés: Eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor, não me revelei a eles. Depois estabeleci com eles a minha aliança para dar-lhes a terra de Canaã, terra onde viveram como estrangeiros. E agora ouvi o lamento dos israelitas, a quem os egípcios mantêm escravos, e lembrei-me da minha aliança. Por isso, diga aos israelitas: Eu sou o Senhor. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo. Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês. Então vocês saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípcios. E os farei entrar na terra que, com mão levantada, jurei que daria a Abraão, a Isaque e a Jacó. Eu a darei a vocês como propriedade. Eu sou o Senhor (Êxodo 6:2 ao 8 (NVI). 

👉Deus libertou seu povo do Egito e, já no deserto, começou a reafirmar a aliança com o povo. No dia em que se completaram três meses que os israelitas haviam saído do Egito, chegaram ao deserto do Sinai. Depois de saírem de Refidim, entraram no deserto do Sinai, e Israel acampou ali, diante do monte. Logo Moisés subiu o monte para encontrar-se com Deus. E o Senhor o chamou do monte, dizendo: Diga o seguinte aos descendentes de Jacó e declare aos israelitas: Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas (Êxodo 19:1 ao 6 (NVI).                                         

👉A obediência consistia em obedecer aos mandamentos, à Lei que o Senhor estava na ocasião começando a dar ao povo através de Moisés. O início da Lei, sua parte mais emblemática, consiste no que se chama Os Dez Mandamentos: E Deus falou todas estas palavras: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos. Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão. Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou. Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não darás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença (Êxodo 20:1 ao 17 (NVI).                                 

A partir desta instrução inicial, Moisés passa ao povo toda a Lei, que consistia em diversas ordenanças, além da circuncisão que já havia sido ordenada a Abraão, que estavam relacionadas aos principais aspectos da vida do povo israelita, do relacionamento entre os homens e deles com seu Deus, incluindo neste conjunto de ordenanças a obrigatoriedade da entrega de dízimos, como já anteriormente estudado. A esta legislação entregue pelo próprio Deus ao povo através de Moisés, definiu-se o nome de Lei Mosaica. Esta Lei regulamenta detalhadamente as obrigações do povo na aliança firmada por Deus. A obediência e a fidelidade da aliança com Deus se davam através do cumprimento da Lei que a regulamentava. Esta é a aliança chamada de Antiga Aliança. Deus fez uma aliança com Abraão e centenas de anos depois reafirmou esta aliança com seu povo no deserto. Na ocasião, a Lei Mosaica regulamentou a vida da nação judaica debaixo desta aliança. Posteriormente, como o povo foi infiel e não cumpriu a aliança, Deus disse através do profeta Jeremias que futuramente faria uma nova aliança diferente da primeira.                                                       

👉Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles, diz o Senhor. Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias, declara o Senhor: Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior, diz o Senhor. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados (Jeremias 31:31 ao 34 (NVI).

A NOVA ALIANÇA                                                                  

A Nova Aliança foi a que Deus fez com o homem através da morte de Cristo. No Evangelho de Lucas, o próprio Jesus Cristo menciona o início desta Nova Aliança ao declarar: Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós (Lucas 22:20). O autor da Carta aos Hebreus explica a mudança de uma aliança para outra de forma detalhada: A ordenança anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil (pois a Lei não havia aperfeiçoado coisa alguma), sendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus. E isso não aconteceu sem juramento! Outros se tornaram sacerdotes sem qualquer juramento, mas ele se tornou sacerdote com juramento, quando Deus lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre. Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior (Hebreus 7:18 ao 22 (NVI). 

Adiante, na mesma carta, o autor detalha ainda mais o tema, citando Jeremias e mencionando que a Antiga Aliança se tornou antiquada, envelhecida e tende a desaparecer: Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. Pois, se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra. Deus, porém, achou o povo em falta e disse: Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; visto que eles não permaneceram fiéis à minha aliança, eu me afastei deles, diz o Senhor. Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias, declara o Senhor. Porei minhas leis em sua mente e as escreverei em seu coração. Serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará o seu próximo nem o seu irmão, dizendo: Conheça ao Senhor, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados. Chamando nova esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido, está a ponto de desaparecer (Hebreus 8: 6 ao 13 (NVI).                                                   

Os cristãos passam assim a viver em uma realidade totalmente diferente da vivida pelo judeu na vigência da Lei, a partir do que Deus faz pelo homem. Observe aqui, no entanto, que o Senhor escreveu suas leis na mente e no coração do crente (versículo 10). Portanto, já não será um homem a ensinar o seu próximo. Uma vez que conhecem o Senhor, os cristãos dependem da lei escrita em seus corações em vez de confiar nas leis da Antiga Aliança. Os hebreus, a quem esta carta se destinava, precisavam entender de forma clara esta aliança, pois os mesmos haviam vivido centenas de anos debaixo da autoridade da Antiga Aliança, cumprindo tudo que ela determinava através da Lei Mosaica, inclusive a obrigatoriedade da entrega de dízimos. Esta aliança foi firmada através da morte de Cristo, de seu sangue, para que nós sejamos purificados de nossos pecados e tenhamos assim a herança eterna. O autor aos Hebreus está assim sempre a retornar ao assunto, exaltando a obra de Cristo: Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança (Hebreus 9:14 ao 15 (NVI).                             

No Antigo Testamento, na Lei Mosaica firmada na Antiga Aliança, apenas o Sumo Sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos, e ainda em data e circunstâncias específicas, ou seja, o povo necessitava do sacerdócio que era sustentado pelos dízimos, pois não poderia achegar-se diretamente a Deus, realidade esta que foi mudada na Nova Aliança, como se encontra explanada: O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em sua mente; e acrescenta: Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais. Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles. Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura (Hebreus 10:15 ao 22 (NVI).                                           

Paulo descreve a maravilha de se vivenciar a Nova Aliança quando escreve sua Segunda Carta aos Coríntios. Ali a Antiga Aliança é descrita como uma aliança de letra que mata, e a Nova Aliança como uma aliança do Espírito que vivifica. Esta explanação inclusive remete à equivocada interpretação destas expressões, quando retiradas de seu contexto, que consiste na visão de que o estudo teológico seria a letra que mata, conquanto a doutrina baseada em experiências místicas, algumas sem fundamentação Bíblica, seria o viver no Espírito que vivifica: Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés, por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente. Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso? Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justificação! Pois o que outrora foi glorioso, agora não tem glória, em comparação com a glória insuperável. E se o que estava se desvanecendo se manifestou com glória, quanto maior será a glória do que permanece! Portanto, visto que temos tal esperança, mostramos muita confiança. Não somos como Moisés, que colocava um véu sobre a face para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se desvanecia. Na verdade a mente deles se fechou, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido. De fato, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações. Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade. E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito (2 Coríntios 3:6 ao 18 (NVI).                                             

O Espírito do Senhor liberta o homem do jugo da Lei. A Lei Mosaica, formada mediante a Antiga Aliança, conduziu o homem até Cristo, foi o seu tutor havendo, portanto, já cumprido o seu papel como menciona Paulo aos Gálatas ao dizer: Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor (Gálatas 3:24, 25 (NVI). Os cristãos foram libertados da Lei como bem explana Paulo na Carta aos Romanos: Meus irmãos, falo a vocês como a pessoas que conhecem a lei. Acaso vocês não sabem que a lei tem autoridade sobre alguém apenas enquanto ele vive? Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas, se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento. Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera. Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a Lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus. Pois quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas despertadas pela Lei atuavam em nosso corpo, de forma que dávamos fruto para a morte. Mas agora, morrendo para aquilo que antes nos prendia, fomos libertados da Lei, para que sirvamos conforme o novo modo do Espírito, e não segundo a velha forma da Lei escrita (Romanos 7:1 ao 6 (NVI). 

O cristão serve a Deus agora conforme o novo modo no Espírito, direcionado pelo Espírito e não mais pela Lei escrita. É inconsistente e sem base Bíblica o ensino que exige do cristão na Nova Aliança a obrigatoriedade de sujeitar-se às ordenanças da Lei como, por exemplo, a entrega de dízimos, mas este não é um problema novo na Igreja. O primeiro Concílio da Igreja ocorrido em Jerusalém, e descrito em Atos 15, tratou justamente da obrigatoriedade, ou não, dos gentios cumprirem as ordenanças da Lei: Alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos. Isso levou Paulo e Barnabé a uma grande contenda e discussão com eles. Assim, Paulo e Barnabé foram designados, junto com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e com os presbíteros (Atos 15:1,2 (NVI).                           

A nascente Igreja cristã, recém-formada, enfrenta ali seu primeiro dilema teológico. Em aproximadamente 52 depois de Cristo, vinte anos depois do Calvário, esta Igreja fundacional em Jerusalém ainda não enfrentara a questão da lei no que se refere aos gentios. Estes cristãos judeus ainda se sentiam confortáveis em ir simplesmente adicionando os ensinamentos cristãos ao lado de todas as suas tradições judaicas. Muito provavelmente os cristãos gentios dentre seus membros haviam sido circuncidados e a questão não tivesse emergido. Agora que Paulo tinha voltado com o testemunho de muitas centenas de crentes gentios não circuncidados, a questão chegou a uma crise, algo deveria ser decidido. A decisão, tomada pelos presentes àquele concílio, foi de que o cumprimento de ordenanças da Lei não deveria ser imposto aos gentios, e enviaram a decisão às Igrejas, a qual continha a seguinte recomendação: Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias: Que se abstenham de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em evitar essas coisas. Que tudo lhes vá bem (Atos 15:28, 29 (NVI).   

Houve alegria da parte de toda a igreja primitiva: Os irmãos a leram e se alegraram com a sua animadora mensagem (Atos 15:31 (NVI). Interessante o fato de que nada foi falado sobre a entrega de dízimos, como bem demonstra. Eles decidiram impor aos crentes gentios a ordem de se absterem de certas coisas, mas eles não disseram aos gentios para dizimarem. Esta teria sido a oportunidade perfeita para afirmarem a necessidade de dizimar, mas nós não achamos isto estabelecido. Este fato é de grande importância, pois os gentios não eram judeus, pouco ou nada conheciam da cultura judaica, muito menos da Lei Mosaica. Desta forma seria importantíssimo o ensino sobre o dizimar a estes povos, caso a Igreja de Atos entendesse que o cristão na Nova Aliança deveria dizimar. Como nada foi falado sobre o assunto, ficaram assim todos os gentios, que nada sabiam sobre o dízimo judaico, desobrigados de entregá-lo, pelo simples fato de que agora estavam vivendo na Nova Aliança, uma nova realidade diferente da Antiga Aliança, suas ordenanças e seus dízimos.

Esta linha de raciocínio se comprova no fato de que nenhum dos escritos da Nova Aliança ensina o dizimar a ninguém, nunca. Houve também na Galácia este movimento herético de volta às práticas da Lei que foi prontamente reprovado por Paulo, que inclusive chamou os que assim estavam a proceder de insensatos e de estarem debaixo de maldição: Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da Lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram? Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio? Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil! Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a palavra? Já os que se apoiam na prática da Lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei. É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois o justo viverá pela fé. A lei não é baseada na fé; ao contrário, quem praticar estas coisas, por elas viverá. Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro (Gálatas 3:1 ao 5,10 ao 13 (NVI).                               

Alguém poderia argumentar que estas tentativas de volta às práticas da Lei estavam boa parte delas ligadas à circuncisão, e não ao dízimo, crendo assim que o dizimar não é uma volta à Lei. Ambos foram praticados antes da Lei, tornaram-se parte da Lei e merecem o mesmo tratamento quando analisados à luz da Nova Aliança. A circuncisão era a porta de entrada de volta à Lei nos dias de Paulo. Hoje em dia é o dízimo, quando é feito como uma exigência, como tem sido na maioria dos casos. A maioria dos cristãos nunca considera que seja um caminho de volta para a Lei pois proporciona renda para a Igreja, então, com certeza, Deus deve endossá-lo. O cristão vive pela fé e não pelo esforço próprio, buscando se justificar pelas obras. O cristão não está mais debaixo das ordenanças da Lei. Isto já foi discutido e decidido nos primórdios do cristianismo e hoje, alguns ainda distorcem o cristianismo, impondo um jugo da Lei em plena Nova Aliança, devendo o cristão posicionar-se de acordo com a Bíblia, independente de quem o esteja a incomodar com esta doutrina equivocada.

Não permita que ninguém, seja ele um pastor, um pregador, ou mesmo apenas um amigo bem-intencionado, coloque em você um jugo de escravidão da lei do Antigo Testamento. Você foi liberto da escravidão, e você certamente não quer obrigar-se a uma vida debaixo de toda a Lei. O cristão deve assim alimentar-se de todos os escritos da Bíblia sem, contudo, se esquecer da instrução de Paulo aos romanos. Sabemos que tudo o que a Lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus. Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem.

Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência à Lei? Não, mas no princípio da fé. Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à Lei: Deus é Deus apenas dos judeus? Ele não é também o Deus dos gentios? Sim, dos gentios também, visto que existe um só Deus, que pela fé justificará os circuncisos e os incircuncisos. Anulamos então a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a lei (Romanos 3:19 ao 31 (NVI). 

Que grande notícia! Os cristãos são justificados gratuitamente pela graça de Deus por meio da redenção que há em Cristo Jesus, o qual Deus ofereceu como sacrifício para a propiciação mediante a fé, pelo seu sangue! O cumprimento da Lei e de suas ordenanças, como o dízimo, não tem nada a ver com a vida do cristão justificado gratuitamente pela graça de Deus através de Jesus. Muitos querem escravizar os cristãos com tradições humanas sem base bíblica, como a cobrança de dízimos, que hoje é apenas uma ordenança caduca da Lei que não tem nada a ver com os cristãos na Nova Aliança. Jesus cancelou no Madeiro a escrita de dívida da Lei que consistia em ordenanças, e a removeu pregando-a na cruz, como explica Paulo aos Colossenses. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude. Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne.

Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a no madeiro, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles no madeiro. Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo (Colossenses 2: 8 ao 17 (NVI).                                   

Esta é a nova vida em Cristo. As ordenanças nos impunham uma escrita de dívida que foi pregada no madeiro por Jesus, que anulou em seu corpo a lei dos mandamentos que muitos hoje querem trazer de volta com a exigência da entrega de dízimos. Esta ordenança foi anulada no corpo de Cristo, como bem explica ele aos Efésios: Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade (Efésios 2:14 ao 16 (NVI). A obra de Cristo aniquilou estas ordenanças antes prescritas que eram contra nós. Estes versos mostram claramente que as ordenanças, incluindo o dízimo, eram nossas inimigas e que Jesus as aboliu na sua carne fazendo com que o inimigo (ordenanças) fosse aniquilado. Isto também destruiu o muro entre os judeus e os gregos (gentios).

Ler o livro de Malaquias no culto cristão e dizer que quem não der o dízimo está roubando a Deus, ou seja, está em dívida com Deus, é cobrar uma escrita de dívida que já foi cancelada na cruz, é tentar anular a obra de Cristo no Calvário, é uma ofensa direta a Deus, uma verdadeira heresia. Tal fato é fruto da tentativa de unir alianças que são totalmente distintas e inconciliáveis, cujas diferenças entre elas. Uma delas é a Velha Aliança proporcionando benefícios para o homem dependendo da atuação dele, enquanto a outra é a Nova Aliança, que oferece benefícios para o homem com base na atuação de Jesus. Uma é a graça, a outra é obras, que incluiria o dízimo, a circuncisão, a observância do sábado, sacrifícios de animais, e muitas outras coisas. Fica assim claramente demonstrada a impossibilidade, de acordo com a Bíblia, da união da Antiga Aliança com a Nova Aliança.

Não se pode e nem se deve tentar cumprir partes da Lei vivendo na graça de Cristo, como muitos estão tentando. Eles estão tentando viver de acordo com ambas as alianças. A cada dia, princípios ultrapassados, fora de uso, são ensinados à Igreja como evangelho, mas poucos lhe dão uma maior atenção porque eles vieram da Bíblia e foram misturados com versículos do Novo Testamento. É imprescindível ao cristão o pleno conhecimento da aliança na qual ele vive, para que possa assim usufruir de tudo o que ela oferece e não ser enganado com heresias que distorcem a verdade do Evangelho. A vida em Cristo que já está disponível a todos os cristãos, eles a têm, mas não a conhecem, não sabem quase nada e assim ficam voltando aos pobres rudimentos da Lei, buscando bênçãos advindas das obras, querendo sair desta maravilhosa graça, retroceder, desprezar de fato tudo isto que já é seu e que custou o preço da vida do Filho de Deus. Como o dízimo judaico nada tem a ver com o cristão, é necessário conhecer o que a Bíblia ensina sobre o dar a Deus na Nova Aliança.

O CONTRIBUIR NA NOVA ALIANÇA                                             

A primeira reação das pessoas ao ouvirem uma argumentação contrária à cobrança de dízimos é a demonstração de preocupação com o sustento da obra. A Igreja vai falir é uma frase recorrente que causa arrepios em boa parte dos membros do clero. Os escritos da Nova Aliança trazem todas as instruções necessárias ao dar para o sustento da obra. Percebe-se, na leitura das páginas  anteriores, que os equívocos doutrinários e suas respectivas conclusões heréticas surgem do fato de que as pessoas não recorrem mais às Escrituras quando precisam se posicionar sobre as doutrinas pregadas. Antes, preferem confiar no carisma do pastor ou descansar na tradição de sua denominação. Nesta época ocorre um fato inusitado: as pessoas tem grande facilidade de acesso a muito conhecimento tanto na literatura tradicional quanto na internet, e ao mesmo tempo nota-se uma extrema preguiça de ler e estudar assuntos teológicos. É difícil consertar os enganos de uma heresia na mente dos cristãos, principalmente quando estes cristãos não querem sequer se dar ao trabalho de estudarem os textos Bíblicos. Existe ainda uma pergunta visivelmente equivocada sobre dízimo.                                             

A onde o dízimo foi revogado? O interlocutor geralmente exige que se mostre uma frase explícita como, por exemplo, o dízimo está revogado. Ocorre ai uma tentativa de inversão do ônus da prova. Cabe a quem pergunta provar que o dízimo foi instituído aos cristãos nos escritos da Nova Aliança, pois uma lei só pode ser revogada após ser criada. Nenhum texto da Nova Aliança institui o dízimo aos cristãos, ou seja, é impossível haver a revogação de um ensino que nunca existiu. Convém recordar que a maioria dos cristãos era de nações que nada, ou quase nada, conheciam da Lei Mosaica e de seus dízimos. Percebe-se que não existe base Bíblica para se chamar de dízimo os 10% hoje requeridos, pois o que se chama dízimo nos dias de hoje nada tem a ver com o dízimo Bíblico. Cristãos hoje não estão realmente dizimando, então eles deveriam parar de se referir ao que estão dando como sendo dízimo. A partir destes pressupostos, se torna prudente o estudo de todos os textos que mencionam o dar, contribuir na Nova Aliança como forma de se apreender claramente o que a Palavra nos ensina. A palavra dízimo aparece em um texto nos escritos da Nova Aliança, o que leva muitos a conclusões equivocadas e nos conduz à necessária análise detalhada deste trecho na Carta aos Hebreus.                         

O termo dizimo nos escritos da Nova Aliança.                           

O termo dízimo só aparece em um texto nos escritos da Nova Aliança, no livro de Hebreus. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão. Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas.

Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive (Hebreus 7:1 ao 8). Afirmar que os crentes dão dízimos porque Abraão deu um dízimo a Melquisedeque seria o mesmo que dizer que basta dar um dízimo em sua vida, como Abraão fez, pois a Palavra não menciona outro dízimo, e este dízimo que você dará será de uma fonte incomum, como foi o dízimo dos despojos que nem pertenciam a Abraão, e nunca do seu aumento de riquezas, já que o dízimo de Abraão não foi de um centavo sequer de seu patrimônio, fato já claramente estudado quando relatamos nas páginas anteriores sobre o dízimos de Abraão, não iremos escrever outra vez sobre o dízimo de Abraão. Só estamos relembrando porque estamos escrevendo sobre o termo dízimo nos escritos da Nova Aliança. O povo usualmente não estuda a Palavra e pouco sabe dos detalhes sobre o ato de Abraão, aí passa tudo por ensinamento, por obrigação devida ao crente.

A defesa da obrigação de dizimar baseando-se neste texto é o que se chama de forçar o texto, como. Se Abraão fosse uma imagem de cristão, seu dízimo era voluntário. Ele ofereceu-o como uma ação de graças pela vitória. Esta não é a imagem do dízimo durante a aliança mosaica, e nem é o quadro pintado por muitos adeptos do dízimo hoje. Utilizar esta passagem para apoiar o dízimo força a analogia ou a tipologia. O assunto principal do texto é a comparação entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio de Melquisedeque. O dízimo ali é um assunto secundário que é apenas mencionado por fazer parte da ilustração que explica o ensino. O ponto importante a lembrar é o seguinte: o autor de Hebreus estava argumentando pela superioridade de Melquisedeque sobre o sacerdócio levítico. A referência do dízimo é uma afirmação ilustrativa secundária. A mera descrição do dízimo ter ocorrido a qualquer momento não indica a necessidade de sua continuidade.

Descrição não se iguala a prescrição. Existe outro equívoco, neste caso, na interpretação do versículo 8. Este versículo é interpretado incorretamente por alguns para dizer vigorosamente: E aqui (na Nova Aliança), os homens que morrem (os nossos pastores e outros ministros) recebem os dízimos (a partir de cristãos nascidos de novo), porém ali (no céu), os recebe aquele (Jesus) (é aquele que atualmente os recebe) de quem se testifica que vive. Essa interpretação errônea do verso não compreende o argumento teológico que está sendo feito na passagem. Esta interpretação descuidada é tomada como uma prova Bíblica de que o dízimo é a vontade de Deus e o modelo padrão na Nova Aliança. Objetivamente interpretado dentro do seu contexto o versículo está dizendo realmente: E aqui (em Israel no momento em que Hebreus foi escrito) homens (que são os sacerdotes no Antigo Testamento) que (eventualmente) morrem (e são sucedidos por outro homem mortal depois deles) recebem os dízimos (daqueles que estão seguindo a Lei de Moisés), porém ali (dois mil anos antes, durante o tempo de Abraão em Gênesis 14) ele (Melquisedeque) os recebe, aquele de quem se testifica que vive. Este texto de Hebreus não prova de forma alguma a obrigatoriedade da entrega de dízimos na Nova Aliança.                       

Se porventura fosse esta a intenção do autor, o mesmo teria formulado um texto claro sobre o assunto, sem a necessidade de se imaginar conjecturas fora do contexto original. Por conseguinte, se este texto fosse interpretado na Igreja primitiva como uma ordenança a se dizimar, o ensino seria obviamente repassado às Igrejas gentílicas nas diversas cartas escritas, já que o dar é de suma importância na Nova Aliança, mas isto nunca ocorreu. O ensino do dar contido nos diversos textos da Nova Aliança conduz o leitor a uma conduta diametralmente oposta a de Abraão ou a da Lei Mosaica em relação a este assunto, como se vê a seguir.

O CONTRIBUIR NA IGREJA CRISTà                                

Convém ressaltar, antes de se analisar a Palavra, a necessidade de não se buscar posicionamentos baseados em opiniões pessoais, mas observar-se de forma honesta os textos Bíblicos sobre o assunto. Quem exerce a função do ensino precisa colocar a Bíblia como suprema autoridade nos assuntos correlatos a Deus e a seus filhos e precisa ter muita cautela com o que afirma para não induzir outros ao erro. Partindo deste pressuposto é salutar a busca dos diversos textos nos escritos da Nova Aliança sobre o dar na, contribuir na Igreja para que se forme um posicionamento fundamentado na Palavra. A análise dos textos seguirá a sequência na qual os mesmos aparecem na Bíblia e fornecerá amplos subsídios pra que se compreenda claramente qual deve ser a postura cristã sobre as contribuições para a obra. Interessante perceber que o foco principal do dar na Nova Aliança é o outro, o próximo, e não a Igreja como instituição.

A Igreja como instituição surgiu de forma inevitável a partir dos pequenos grupos, mas nunca esta Igreja como instituição foi prioridade, sempre o necessitado era o alvo maior da mensagem, conjuntamente com o sustento dos obreiros. Nota-se que nos textos do Novo Testamento que versam sobre contribuição, sempre estão direcionando as contribuições a ajudar os irmãos na fé. Não há textos em que se destinam ofertas para comprar terrenos, prédios, novas instalações, sistema de som, computadores, etc. Embora não seja errado a Igreja ser proprietária de seus próprios edifícios e equipamentos, o que se observa atualmente é um empenho monumental em conseguir mais dinheiro para construir notáveis catedrais ornadas luxuosamente para abrigar multidões de pessoas sem nome, sem endereço, sem assistência pastoral, sem compromisso com a santidade, enfim, uma massa humana disposta a, simplesmente, trocar orações por dinheiro.

O que ocorreu de fato foi que, com o passar dos anos, houve um acúmulo de recursos em posse da instituição pelo simples fato da mesma não promover a devida distribuição de renda entre os carentes como havia na Igreja de Atos: Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade (Atos 2:44,45). Não havia necessitados, pois a prioridade não era a construção de mega-templos ou o enriquecimento dos líderes com salários extravagantes. Havia naquela Igreja o real amor pelo próximo. As atitudes eram claras, transparentes. Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum: Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade (Atos 4:32 ao 35).             

Aquela Igreja de Atos não agia desta forma por ingenuidade ou imaturidade, mas simplesmente porque transbordava o amor pelo próximo. O interesse nas coisas materiais estava em segundo plano. A vaidade de uma congregação ser maior que as outras ou de ter o templo mais luxuoso e confortável eram sentimentos inexistentes ali, ao contrário do que se encontra hoje. De nada adiantava alguém ter muito, viver esbanjando riquezas quando o irmão sentado ao lado padecia com necessidades. O socorro aos necessitados era uma das prioridades ensinadas por Cristo e praticadas naquela comunidade, como claramente menciona Paulo, frisando que ele não cobiçava riquezas materiais: De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber (Atos 20:33 ao 35).                                                                 

Convém ressaltar neste texto a menção do obreiro que trabalhava pelo seu sustento e pelo sustento dos que com ele estavam. Sua prioridade como líder era o socorrer os necessitados. A menção das palavras de Cristo nos conduz ao texto profético em que Jesus mostrou claramente a importância de se cuidar dos carentes. Tal ato era similar a cuidar do próprio Cristo: Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna (Mateus 25:41 ao 46).                                                 

Na carta aos Romanos encontra-se a menção de que o cristão não deve ser avarento, apegado ao dinheiro, mas que dê com liberalidade e exerça a misericórdia com alegria: Ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria (Romanos 12:8). Estaria aí a prova da necessidade de se entregar dízimos na Igreja? Não existe um valor ou percentual pré-determinado, pois esta comunidade, como já anteriormente estudado, é direcionada pelo Espírito Santo e decide suas dádivas pelo amor e não por um dízimo, portanto. Nenhuma percentagem específica é designada. Este contexto teria sido um lugar ideal para o dízimo entrar na discussão. No entanto, dízimo não é mencionado. De acordo com Paulo, se alguém prosperou muito, ele deveria dar uma grande quantia. Se alguém prosperou apenas um pouco, uma pequena dádiva é completamente aceitável.                       

No capítulo 8 da segunda carta de Paulo aos Coríntios encontramos diversas informações sobre como a Igreja deveria conduzir seu caminhar quanto ao sustento da obra, um texto que precisa ser analisado detalhadamente, com as devidas observações inseridas no corpo do texto: Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade (mesmo na pobreza foram generosos). Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos (a ajuda era para cristãos necessitados, não para uma instituição. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus [um dar baseado no relacionamento com Deus); o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós. Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor (ar como fruto do amor cristão, não como mandamento ou ordem imposta); pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos (dar em resposta a graça de Deus). E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, (o dar deve ser feito sem prejudicar o próprio sustento) suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta (a distribuição de renda era prioridade na igreja). Mas graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude por amor de vós; porque atendeu ao nosso apelo e, mostrando-se mais cuidadoso, partiu voluntariamente para vós outros. E, com ele, enviamos o irmão cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas. E não só isto, mas foi também eleito pelas igrejas para ser nosso companheiro no desempenho desta graça ministrada por nós, para a glória do próprio Senhor e para mostrar a nossa boa vontade; evitando, assim, que alguém nos acuse em face desta generosa dádiva administrada por nós; pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens (existe a clara preocupação de haver transparência no destino dos recursos coletados, fato raro nos dias de hoje) (2 Coríntios 8:1 ao 21).                                                             

O exemplo dos irmão da Macedônia exemplifica de uma forma belíssima a essência do proceder cristão na Nova Aliança. Em outras palavras, eles não têm muito, mas, irmão, eles sempre dão com liberalidade. E, claro, no versículo 5, ele diz: Deram-se, a que, a si mesmos. Eles deram a si mesmos primeiro. Dar não é uma questão de o que você tem. É uma questão de coração. O dar na Igreja primitiva não era imposto pela cobrança de um dízimo sob ameaça de maldição Antes era fruto de um relacionamento íntimo com Deus. Desde que dar é ligado a um relacionamento com Deus, não é de estranhar que Paulo diz no verso 8 que dar generosamente comprova a autenticidade do amor cristão por Deus. (No versículo 9), Paulo fornece uma motivação para dar na forma como ele está prescrevendo: Jesus deu a si mesmo. A menção de amor no versículo 8 induz a esta conclusão.

O dar deve ser motivado pelo amor. O amor é a motivação fundamental para o dar na Nova Aliança. Portanto, dar é o motivado pelo amor. Dar tudo o que se tem sem amor resulta em nada (confira 1 Coríntios 13:3). Não havia um mandamento, uma ordem da Lei, um dízimo ordenado sob pena de maldição, não havia nada disto. O amor direcionava tudo, nunca uma ordenança legalista. Amor, não lei, e não um sistema legal sob o qual você se encontre. Não vos falo na forma de mandamento. Agora você captou isso? Este não é um sistema legal. Esta não é uma prescrição de um percentual. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso, o quê, do vosso amor. Eu estou te falando que  toda a informação sobre doação que domina este capítulo, não por meio de uma ordem, mas simplesmente como uma amostra do seu amor.                                     

É para demonstrar o amor, não com tristeza, não por necessidade, não por legalismo, mas por amor. E quando você coloca uma exigência na doação, você dá às pessoas uma lei para cumprirem, em vez de amor, você os tem roubado. Fica claro que muitos procuram um atalho, um caminho mais fácil do legalismo. É mais fácil dizer que as pessoas são obrigadas a cumprir algo, sob a pena de estarem roubando a Deus, do que as conduzir na estrada do novo nascimento, da regeneração, aonde Deus vai transformando o crente e ele vai gradualmente mostrando os frutos do Espírito em sua vida e consequentemente vai amar e se doar ao próximo e à obra de Deus. Este é o caminho Bíblico, não importa quão tentador seja o atalho do legalismo, do pode isto e não pode isto, pois o legalismo da religiosidade parece um método simples e eficaz e o cristianismo Bíblico bem mais complexo. Mas não importa quão simples ou complexo o ensino possa ser: se é Bíblico, ele deve ser ensinado e obedecido. A transparência na gestão de recursos foi prontamente providenciada por Paulo como se constata nos versos 20 e 21.

Infelizmente algumas comunidades hoje em dia omitem dos membros a contabilidade da obra, quem desejar saber de algo tem que solicitar, o que pode causar desconforto entre líder e liderados. Esta prática oculta informações do ganho financeiro do líder, que pode até ser um valor absurdo e imoral. Fica bem claro neste texto da carta paulina o princípio de transparência. Um princípio final pode ser adquirido a partir de (2 Coríntios 8), por causa da natureza sensível de lidar com dinheiro, as devidas precauções devem ser feitas com seu manuseio. Paulo assegura aos Coríntios que ele tem tomado medidas para que sua motivação não seja questionada e as contribuições encontrem o seu destino em Jerusalém. No capítulo 9 da mesma carta encontramos outros versículos que representam o dar na Nova Aliança, com as devidas observações inseridas no corpo do texto.

Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza nem tampouco da cobrança de um dízimo. E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará a lei da semeadura. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria o cristão cheio do Espírito Santo tem um coração transformado, regenerado e certamente irá contribuir com amor e alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, a prioridade era sobre pessoas mas também redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável (2 Coríntios 9:5 ao 15).

Este é um texto que norteia os motivos que devem levar o cristão a contribuir, bem diferente de uma contribuição movida por medo do devorador e coerção para não ser chamado de ladrão. (Segunda Coríntios 9:12), fornece um objetivo e uma motivação para dar. Primeiro, os cristãos devem dar para atender as necessidades dos santos. Eles devem estar ansiosos neste ministério e buscar oportunidades para tal (confira 2 Coríntios 8:4; 9:2). Em segundo lugar, o dar deve ser motivado por gratidão a Deus por tudo o que Ele fez. Finalmente, um resultado inevitável da doação generosa é que ela fará com que outros (os crentes) se alegrem e glorifiquem a Deus (2 Coríntios 9:13). Fica claro no texto que o Senhor recompensará aquele que semeia. A justiça de Deus não falha e o que produz o fruto da generosidade não será esquecido. Veja, você semeia em abundância, você vai colher com fartura. Estes são os princípios.                         

Não admira que o nosso Senhor Jesus disse, conforme registrado em (Atos 20:35: É melhor dar do que receber, parte final). Amados, estes são os princípios do dar nas Escrituras e a bênção compartilhada sobre eles pode ser experimentada na vida de cada mordomo. O cuidado com os pobres sempre foi uma prioridade na Igreja primitiva; o mais importante era o ser humano, e não uma instituição: E, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão; recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer (Gálatas 2:9,10).

Encontramos aqui Paulo mencionando o esforço que fazia para não descuidar do cuidado com os pobres. Esta era a mentalidade generalizada na Igreja primitiva. Infelizmente hoje encontramos uma realidade diametralmente oposta. A Igreja, e seus indivíduos que compõem a Igreja, precisam mudar suas prioridades de despesas tradicionais da Igreja à despesa de ajudar aqueles em necessidade - de ser um em espírito e propósito. Isto não implica que os cristãos devem negligenciar as despesas atuais da igreja, mas eles devem reorganizar as suas prioridades para estar em sintonia com a vontade de Deus. As prioridades dos cristãos devem refletir o amor de Cristo, e ao fazê-las, os cristãos podem começar a cumprir a lei de Cristo. E qual é a lei de Cristo para que a Igreja possa segui-la? Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo (Gálatas 6:2).                                       

De fato, se os cristãos seguissem fielmente os princípios Bíblicos, viveríamos uma situação bastante interessante e bem mais humana. Cuidar do próximo, fazer o bem, principalmente aos irmãos em Cristo, deve ser a conduta de vida a ser observada em todos os crentes na Nova Aliança: E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gálatas 6:9,10). O mundo propaga a mensagem de que devemos trabalhar duro para termos conforto e segurança, mas a Palavra nos conclama a trabalharmos principalmente para que possamos acudir ao necessitado: Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado (Efésios 4:28).                               

O apóstolo Paulo em diversas ocasiões mencionou o sustento, não apenas dos necessitados ou da obra como um todo, mas também o seu sustento. Interessante perceber que em nenhum texto existe qualquer menção ao termo dízimo, à expressão roubará o homem a Deus, ou qualquer forma de coerção. Nada disso. Tanto ao pedir como ao agradecer fica claro que todo o processo foi permeado unicamente por amor, pelo fruto do Espírito, pelo testemunho de vidas realmente transformadas por Deus, como se percebe neste agradecimento do apóstolo aos filipenses: E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades (Filipenses 4:15 ao 19).                         

Deus cuida dos seus filhos, é Ele que supre as necessidades de cada um e da igreja como um todo. O que existe de fato é a falta fé nas pessoas para que creiam nestas verdades. O Brasil é um país pobre, muitos pais de família e idosos ganham apenas um salário mínimo, e isto muitas vezes para o sustento de várias pessoas. Em uma situação dessas, a retirada de dez por cento do ganho implica claramente em uma realidade expressada por uma expressão popular que diz tirar da boca de meus filhos. Neste caso a mensagem advinda do púlpito acusando os irmãos de ladrões se não dizimarem está de fato induzindo os mesmos a forçosamente pecarem diante de Deus e os coloca de fato não como ladrões, mas em uma situação pior que o descrente, pois impossibilita aqueles chefes de famílias de exercerem o cuidado devido com a alimentação dos seus, como bem explana Paulo: Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente (1 Timóteo 5:8).                                                   

É necessário que se frise que muitos líderes são honestos e merecedores de honra como atesta Paulo: Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino (1 Timóteo 5:17). O apóstolo sempre recordava que a Igreja deveria dar suporte aos obreiros: Acompanha, com muito cuidado, Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte (Tito 3:13). Mas convém ressaltar no primeiro texto a expressão que presidem bem. Os que são maus gestores precisam da repreensão dos obreiros e da igreja. Não falar nada contra para ser assim bem visto, receber prestígio na obra com cargos e consagrações no ministério é uma tentação que visa a colocar os obreiros em situação de culpados diante de Deus. Se caírem nesta cilada eles estarão pecando por omissão, amando mais a seus próprios interesses políticos na obra que a Deus e a seus irmãos.                         

A vida piedosa, em simplicidade, sem amar o luxo e a ostentação de bens, era o estilo de vida comum entre os primeiros cristãos e que tem sido esquecido em muitos grupos. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores (1 Timóteo 6:6 ao 10).                                                                                 

Nem todos possuem estrutura para obter riquezas e permanecerem firmes diante de Deus. Usualmente, ao ser abençoado, a maioria passa a amar mais as bênçãos que ao Abençoador e a devotar mais tempo e amor a estas bênçãos que ao Senhor, o que as leva à ruína e perdição como bem atentou o apóstolo Paulo. O dar com amor não é o único fruto do Espírito que atesta que alguém nasceu de novo, que é um cristão genuíno. A honestidade nas relações interpessoais que envolvem dinheiro também é um indício de cristianismo, pois: Não podemos roubar o dinheiro. Você diz: Eu, eu nunca faria isso. (Ouça o Salmo 37:21), O ímpio toma emprestado e não paga de volta. Há uma grande quantidade de maneiras de roubar. Além disso, não devemos defraudar as pessoas por não pagar-lhes o que lhes devemos. A Palavra traz não apenas orientações no dar, mas também no lidar com as riquezas materiais com que o Senhor abençoa a seus filhos: Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida (1 Timóteo 6:17 ao 19).

Infelizmente é difícil encontrar exortações desta natureza na Igreja atual. Usualmente os ricos são extremamente bem tratados, recebem atenção especial, são facilmente consagrados a funções eclesiásticas e dificilmente são disciplinados ou repreendidos quando cometem erros na comunidade, nem eles nem seus filhos. Necessário e urgente é ensiná-los que. Então, a confiança no dinheiro é idolatria. Mesmo quando você deriva seu senso de segurança no dinheiro que você diz que Deus lhe deu, isto ainda é idolatria. Novamente a Palavra de Deus vai de encontro à mensagem do mundo quando nos fala da motivação para o trabalho. Enquanto este nos estimula a ganhar e acumular, ela nos recomenda a compartilhar, pois nosso tesouro está na eternidade e aqui nesta vida devemos usufruir da benção do compartilhar. Deus nos dá tudo para o nosso prazer. Uma vez que algumas pessoas obtém alguns bens terrenos, eles têm a tendência de não deixarem que outros compartilhem de suas bênçãos. Em contraste, os cristãos devem ser generosos e dispostos a compartilhar.

Isso beneficia aqueles com quem partilham, bem como a si próprios, uma vez que há uma alegria adicional no partilhar. A religião não consiste em uma instituição com normas a serem seguidas e uma taxa de manutenção a ser paga, antes: A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tiago 1:27). Pois muitos afirmam que possuem fé em Deus, mas ninguém percebe os frutos desta fé em obras na vida destas pessoas, pois: Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta (Tiago 2:14 ao 17). Todos querem ser filhos de Deus e até proclamam a expressão corriqueira que diz eu também sou filho de Deus, mas de fato: Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão. Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros (1 João 3:10,11).

A prática de se pedir oração é um costume corriqueiro entre os cristãos, mas infelizmente existe outra lamentável prática, a de se ver um irmão em grande necessidade e simplesmente se expressar vou orar por você, quando deveria-se atentar para o fato de que: Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou (1 João 3:16 ao 18,23).       

Ter condições e deixar de socorrer a um irmão em sua urgente necessidade é a prova inequívoca da ausência do amor de Deus, pois. João acrescenta a idéia de que deixar de fazer isso revela que o amor de Deus não é permanente no seio da pessoa que é capaz de satisfazer as necessidades, mas não faz. Muitos são extremamente sensíveis a apelos que buscam recursos para a instituição comprar algo ou construir algum imóvel, mas são extremamente insensíveis a dor do outro, daquele que senta ao seu lado e inclusive até ora e canta muitas vezes de mãos dadas com o mesmo. É necessário e urgente que se repense que tipo de cristianismo é esse já que. Em outras palavras, o seu cristianismo se torna manifesto no fato de saber se você dá  dinheiro à pessoa que precisa dele. É incrível o fato de que muitos dizem possuir o amor de Deus e ao mesmo tempo fecham os olhos e os ouvidos ao clamor do necessitado. Estes devem urgentemente analisar a verdade de que: Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado (1 João 4:12).

Os cristãos hoje em dia estão sucumbindo ao apelo de uma sociedade consumista. Muitos até se sentem constrangidos, pois gostariam de investir na obra, mas estão tão endividados, com suas finanças tão desorganizadas, que se torna impossível investir de forma digna no Reino. Estes passam por sufoco financeiro não porque sofreram alguma adversidade, mas porque não seguiram a popular regra da prosperidade que diz gaste menos do que você ganha. Estes irmãos devem buscar o quanto antes quitar seus débitos, se disciplinar financeiramente. O descuido financeiro atesta uma mordomia deficiente com tudo o que Deus tem dado. O cristão deve ser exemplo de uma excelente gestão dos recursos que Deus o concede, pois desta forma sempre vai haver recursos para investir na obra. Contudo se deve atentar para o fato de que. No entanto, em vez de decidir arbitrariamente em uma certa quantia para dar, os cristãos devem fazer um orçamento e decidir quais as categorias são prioridades. Alimentos, roupas, abrigo, e os impostos são todos necessidades da vida. No entanto, outras categorias que podem ser vistos como necessidades provavelmente deve ser reconsideradas (por exemplo: televisão via satélite, um carro novo a cada três anos). Esta decisão deve ser feita com muita oração.

Quando, porém, o cristão se encontrar em situação financeira difícil em virtude de fatos alheios a sua vontade, devido a alguma fatalidade que o acometeu, deve se lembrar que. Como e por que nós damos é de importância muito maior para Deus do que aquilo que damos. Atitude e a motivação são sempre mais importante do que quantidade. Além disso, quando uma pessoa cultiva o gosto pela graça de dar, a quantidade torna-se praticamente irrelevante. Fica assim claro como deve ser a conduta do cristão. Cabe a cada um fazer a sua parte, reconhecer as áreas que precisam de mudanças. Arrepender-se diante de Deus e caminhar no rumo correto. Alguém poderia argumentar que todos os textos sobre o dar nos escritos da Nova Aliança foram direcionados a ajudar pessoas  necessitadas e não servem de modelo para o sustento da Igreja instituição, a que surgiu apenas séculos depois. Estas citações transcritas são indícios claros de uma mordomia praticada pelos primeiros cristãos. É muito mais lógica a busca de uma mordomia a partir dos escritos neotestamentários de instrução à Igreja cristã do que tentar adaptar o dízimo judaico que, este sim, nada tinha de adaptável à nascente Igreja e, pelo que ficou escrito, nunca, nenhuma vez foi usado como modelo, inspiração ou referencial pela Igreja primitiva. Devemos, pois, agir como ela agia.

Convém ainda ressaltar que o modelo de coleta para assistência aos santos serve sim de base, pois é muito mais oneroso sustentar várias famílias perseguidas do que a família de um pastor e a manutenção de uma instituição. Percebe-se assim que o modelo adotado e descrito nos textos da Nova Aliança é superdimensionado, o que o torna facilmente adaptável ao sustento das igrejas modernas, e não se deve esquecer o principal, o ser fundamentado em toda a nova realidade em Cristo, em amor, como já exaustivamente explanado. Estas verdades conduzem naturalmente o estudo para a busca do conhecimento de como deve ser a conduta dos pastores e líderes, daqueles que são responsáveis diante de Deus pelo rebanho do Senhor.

A RESPONSABILIDADE PASTORAL                                            

Está claro qual deve ser a conduta do cristão na Nova Aliança para prover o sustento da obra e como este sustento deve ser coletado. Convém ressaltar a responsabilidade do pastor na justa aplicação de todos estes preceitos Bíblicos. O ponto de maior preocupação por parte de muitos líderes é quanto a seu sustento. Convém, entretanto, ressaltar alguns pontos importantes sobre uma tentação que ataca os líderes quando os mesmos conduzem sua obra cobrando um dízimo por motivos equivocados. Em todas as passagens em que a Igreja dá, não há nenhuma menção em lugar algum sobre o dizimar. Mas, para obter o dízimo, eles dizem que se a Lei exigia um décimo, certamente a graça o faz. Mas o que eles estão realmente dizendo é que nós sabemos que o dízimo não é o modo de dar no Novo Testamento, mas se não forçarmos o dizimar, nós temos medo de não conseguirmos dinheiro suficiente para funcionarmos. Ele realmente se resume a esse tipo de motivação.

O modelo dos 10% mantém o dinheiro circulando. Você sabe o que há de errado com os 10%? Número um, não é Bíblico e está sendo dado pelo motivo errado. É dado para se cumprir uma obrigação ao invés de ser uma resposta de um coração amoroso e disposto, certo? Segunda coisa que há de errado com ele é que ele lhe impede do que você poderia ter feito, lhe dando a entender que você já o fez. Dar nunca pode ser por meio de coerção. Nunca pode ser como uma doação de fundos. Nunca por ser feito por compulsão. Este é um tipo de artifício ofensivo a Deus. A probabilidade de erros e equívocos na administração da obra é diretamente proporcional à forma de governo da instituição. 

Em alguns casos os líderes recebem percentuais de 30, 40 ou de até 50% de tudo o que é arrecadado (ou dos dízimos, já que a maioria os exige) sem haver limite máximo do que se recebe e sem se levar em consideração se o mesmo tem uma fonte de renda secular ou se irá devotar dedicação exclusiva de seu tempo à Igreja. Nesta conduta, este grupo se afasta bastante do que era vivenciado na Igreja primitiva. Não se leva em conta ali o sustento digno do obreiro, pois, de fato, ele pode vir a ganhar valores exorbitantes. Tal fato constitui uma verdadeira agressão moral aos irmãos necessitados que congregam naquela comunidade e que dela nada, ou quase nada, recebem de ajuda para seu sustento, algo totalmente diverso do vivenciado pelos primeiros cristãos. Este péssimo testemunho macula a imagem da Igreja.           

Em alguns casos, existe uma suposta participação dos obreiros nas decisões financeiras, mas, de fato, existe o risco de que a votação seja apenas pró-forma, pois é comum que a vontade de um líder carismático não seja questionada por nenhum membro, já que ninguém gosta de criar um clima desagradável com seu querido pastor. Evita-se ainda o risco de se receber o rótulo de questionador ou rebelde. Dificilmente um questionador é indicado a cargos de proeminência na obra, antes pode ser colocado de lado até que se sinta desconfortável e busque outra Igreja para congregar. A falta de moralidade, bom senso, base Bíblica e de transparência abala a credibilidade da obra. Num mundo cheio de escândalos é necessário que todos saibam e opinem sobre o rumo que se dá ao que é arrecadado. Dê para Deus e esqueça é um ditado muito comum. Já nas Igrejas cuja forma de governo é congregacional, existe uma participação maior dos membros no planejamento e execução das despesas da Igreja através de assembleias realizadas especificamente com este propósito. Nesta forma de conduta as pessoas se sentem realmente congregando, realmente participando e construindo a obra em comum acordo e não apenas na posição de meros espectadores que nada podem opinar mesmo diante dos maiores descalabros e imoralidades financeiras realizadas com o tão suado dinheiro dos irmãos. Cabe ao pastor zelar pela transparência na gestão de recursos, buscar sempre ouvir a Igreja antes de decidir os projetos que almeja implantar com a verba arrecadada.

É óbvio que o pastor busca e recebe direção de Deus, mas a prática tem mostrado que muitos projetos de Deus depois de certo tempo se mostram de fato como projetos humanos. O fato de o pastor buscar direção de Deus não o impede de pedir que a Igreja também ore e busque ao Senhor antes de qualquer assembleia que irá tratar do assunto. A administração eclesiástica, quanto ao aspecto financeiro, pode aprender muito com modelo de administração condominial, onde um gestor cuida do interesse de um bem que de fato pertence a todos e que todas as suas decisões podem gerar benefícios ou prejuízos a todos. Neste modelo de gestão, quanto mais se compartilha as responsabilidades e as decisões menor a carga nos ombros do gestor e menor o risco de erro, inclusive a Bíblia já recomenda: Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança (Provérbios 11:14). A função ou cargo pastoral deve, caso seja baseada em um percentual, ter um limite máximo para que se evite a tentação de sempre pedir mais e os ganhos exorbitantes.                                         

Este limite deve obedecer ao bom senso no sentido de que um pastor que dedique seu tempo exclusivamente à obra não pode receber o mesmo valor de um que tem emprego secular e, em alguns casos, sequer necessitaria de ajuda. Paulo nem sempre precisou de ajuda, pois trabalhava, conforme (Atos 20:33 ao 35). Algumas denominações já centralizam o controle financeiro e deixam congregações e seus dirigentes com poucos recursos para gerir a obra, um erro que sufoca a muitos. Um líder segundo o coração de Deus jamais causará escândalos e nem prejudicará a própria alma por causa do dinheiro. Antes será sábio e atentará a este conselho fundamentado nas Escrituras. A coisa certa a fazer na área do contribuir é ensinar as verdades da Palavra de Deus e, em seguida, deixar o Espírito de Deus gerar a resposta junto com todo o restante dos frutos espirituais. E assim nós ensinamos a Palavra de Deus. Nós não usamos artifícios, não usamos programas, apenas ensinamos a Palavra de Deus crendo que o Espírito de Deus irá produzir nas vidas um tipo de doação compatível com o estilo de vida. Caso algum líder que hoje cobre o dizimar reconheça seu engano e desta forma resolva moldar sua Igreja nas práticas da Nova Aliança já exaustivamente estudadas, deve proceder com cautela.

 O ensino da obrigatoriedade de se dizimar, que se encontra inserido nesta complexa e triste realidade, teve sua origem em algum lugar no tempo e, como não foi nos livros Bíblicos da Nova Aliança, se faz necessária a busca do florescer desta doutrina no cristianismo. Em dois capítulos, Paulo explica a fundo a mentalidade dele sobre dar dinheiro e o nosso exemplo a seguir hoje em dia. Ainda que a explicação dele seja completa, vou fazer alguns comentários. Não deixe que ninguém te cite o versículo 9:6 fora do contexto: Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente). Se ler este versículo no contexto, isto não quer dizer que se der o dinheiro à Igreja institucional, Deus vai te recompensar financeiramente com um bom negócio ou algo mais, ou que se não der dinheiro, vai cair em fracasso financeiro.                       

👉De novo: leia os capítulos 8 e 9), por inteiro e vai ver o contexto e o sentido. Que agora você tem o privilégio de fortalecer o verdadeiro corpo, a verdadeira Igreja de Cristo, todos os seres humanos que têm crido Nele; não um edifício. Você terá o prazer de colher almas para Cristo, de ver outros seres humanos despertando para a vida de adoção eterna e de ajudar e compartilhar com o seu próximo. A ideia de dar dinheiro para receber o lucro, é uma perversão em dois sentidos: é o orgulho humano tentando ganhar o presente que Deus oferece grátis (tão insultante quanto tentar pagar a um amigo um presente), e é dar para receber. Deus dá por dar simplesmente porque Ele é amor mesmo, não para receber algo em troca.

A Graça significa expressar a natureza Dele, assim você também dá por dar apenas, sem esperar nada em troca. A colheita que desfruta é ver a edificação do Corpo de Cristo, do qual você faz parte. 👉Versículo 9:7: Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria). Isto é completamente incompatível com o dizimo, e muitos dizem, tem que ser ao menos 10% por cento, e tem que ser entregue no edifício da esquina chamada Igreja Fulana. É completamente incompatível com Dar a Deus o que é dele, essa porção não é de você, devolver o dízimo (porque não é dar, é dever), etc. Em (Deuteronômio 14 e Levítico 27), verás que o dizimo jamais foi dinheiro, mas comida, e era entregado só por proprietários de terrenos agrícolas e gados.

Quer dizer, nem a maioria dos judeu pagavam dízimos. Nem Jesus pagava dízimos. O dízimo podia ser convertido em dinheiro por motivos de viagens distantes e depois convertido de novo em comida, mas nunca foi oferecido a Deus em forma de dinheiro. Uma exceção, se alguém queria reter um animal e substituir um dízimo em dinheiro, tinha que pagar uma multa de 20%, porque o dízimo em dinheiro não era o que Deus queria (Levítico 27:30). É verdade que o dizimo existia antes da lei, mas se algo é pregado indevidamente como se fosse uma lei, é o mesmo erro. Pode confirmar isto ao ler (Gálatas 1 a 6), onde Paulo condenou em condições fortíssimas a exigência da circuncisão, que também existia antes da lei (além dos sacrifícios), mas era tratada como lei por essa gente.     

Conclusão e encerramento.

A origem do engano. 

Diante dos fatos que comprovam que o dízimo não era requerido na Igreja primitiva surge a necessidade de se descobrir quando este ensino começou a ser ministrado. Nas primeiras décadas da Igreja, a generosidade motivada pelo amor prevaleceu em todas as comunidades cristãs. Na época não havia o interesse, nem a possibilidade de se erguer catedrais monumentais e instituições poderosas. Confessar o cristianismo custava perder a própria vida em muitos locais. Muitos cristãos sofreram o martírio, foram torturados até a morte. A vida piedosa, o abandono dos prazeres materiais e a doação de tudo aos pobres era uma prática recorrente.Neste ambiente não havia a exploração ao outro, antes a doação de si próprio para que todos pudessem ter um pouco de dignidade.                         

Quando então se iniciou o ensino de que os cristãos eram obrigados a dizimar? Os primeiros autores da Igreja primitiva pós-era apostólica mencionavam constantemente as cartas paulinas quando escreviam sobre o dar na comunidade cristã, o que não reforça qualquer ideia de cobrança de dízimos, já que nenhuma carta paulina o faz. Ocorreram também menções onde o dízimo era comparado às práticas da Lei judaica, por isso mesmo não era mais praticado. Algumas citações nos primeiros trezentos anos da Igreja são ambíguas, onde autor em dado momento parecia enaltecer a entrega de ofertas acima do dízimo judaico e depois o mesmo reprovava a prática. Outros mencionavam o dízimo e, apesar de não o ensinarem como obrigatório nem o reprovarem, são citados por defensores do dizimar como sendo autores favoráveis ao dízimo, algo que não passa de uma tentativa de forçar os textos.   

Certos autores da Igreja nestes anos simplesmente não falaram nada sobre o assunto. Sem mencionar o fato de que o dízimo judaico continha instruções detalhadas que o tornariam impossível de ser cumprido pelos gentios, no máximo algum autor estaria buscando inspiração no modelo do dízimo judaico, mas para recomendar a entrega de forma voluntária. De qualquer forma só houve nestes primeiros trezentos anos um posicionamento um pouco mais incisivo de que os cristãos deveriam dizimar (contudo sem a devida fundamentação), neste caso por parte de Cipriano, e mesmo assim com peculiaridades que o divergem do ensino atual. 👉Cipriano (200-258), seguiu a Tertuliano em Cartago (apenas no norte da África) e provavelmente foi o primeiro líder influente para sugerir (sem sucesso) que os dízimos deviam apoiar um clero de tempo integral. Deve ser lembrado que, na época de Cipriano, pelo menos os primeiros desvios da doutrina apostólica já haviam ocorrido.

No entanto, todos os apologistas pró-dízimo apontam para Cipriano como sua principal evidência do dizimar nos primórdios. Enquanto sendo só um bispo na África, Cipriano não tinha autoridade além de sua própria esfera de influência. O entendimento de Cipriano sobre o dízimo era de que os líderes da igreja só deveriam reter o mínimo e distribuir o restante para os pobres. Mesmo a postura de Cipriano gera entendimentos diversos sobre seu posicionamento, reforçando a tese de que naquela época não havia um ensino claro e explícito, além de fundamentado, da obrigatoriedade do dizimar, como bem esclarece esta análise de seus escritos.

O que importa é que até o século quarto não há qualquer orientação da Igreja aos primeiros cristãos de que eles eram obrigados a dizimar na forma que é ensinado na maioria das Igrejas atuais, e convém lembrar que nos primeiros anos muitas heresias já haviam tentado adentrar na Igreja. No quarto século foi publicado o primeiro documento exigindo a entrega de dízimos. Na época diversos ensinos heréticos já haviam sido inseridos na comunidade cristã após a oficialização do cristianismo como religião oficial e o início da Igreja Católica Apostólica Romana. No século IV, a Constituições Apostólicas deu instruções separadas para os bispos sobre duas questões.                                         

👉Décimos e primeiros frutos.                                 

👉As ofertas voluntárias.       

Este documento também afirma que os dízimos eram a ordem de Deus. Além disso, a Constituições comparou bispos a sacerdotes e levitas, e o tabernáculo a Santa Igreja Católica. Como se vê, a doutrina da obrigatoriedade da entrega de dízimos é uma herança da Igreja Católica Apostólica Romana que foi abraçada com afinco por muitos evangélicos. Se nunca houvesse alguém que defendesse este entendimento no transcorrer da História do Cristianismo, certamente até hoje a Igreja estaria vivendo nos moldes da Igreja primitiva, priorizando a generosidade advinda de corações regenerados por Deus. 

Infelizmente, como ocorre nos dias de hoje, muitos, no transcorrer da história, optaram por adotar este modelo legalista, alguns por falta de conhecimento mais profundo das Escrituras e outros até porque em muitos países e em determinadas épocas a entrega de dízimos era obrigatório por lei secular. Além disso, em algumas fases a Igreja estava unida ao Estado. Mas, da mesma forma que hoje, alguns servos de Deus ousaram escrever e pregar que esta doutrina judaica não se aplicava aos cristãos e nem que era um princípio eterno. Pagar dízimos, ao que parece, já não é mais um preceito, porque o preceito de pagar o dízimo foi dado pela Antiga Lei, pagar o dízimo não pode ser considerado um preceito moral, de forma alguma, porque a lógica natural não dita que devemos dar um décimo, ao invés de um nono ou um onze.

Por isso, é um preceito cerimonial ou judicial. Nem na doutrina de Cristo, nem no ensino dos apóstolos nada foi dito a respeito do pagamento de dízimos. Muitos cristãos em conversas reservadas, os mesmos admitem o conhecimento Bíblico de que não existe fundamentação Bíblica na exigência da entrega de dízimos pelos cristãos, muito menos fundamentação para sequer ler o famoso trecho de Malaquias antes da coleta. Tais servos de Deus, contudo, admitem, pesarosos, que não querem correr o risco de serem expulsos de suas congregações. A estes cristãos a Palavra de Deus traz um exemplo que precisa ser imitado por todo soldado do Exército de Cristo.         

👉Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo (Gálatas 1:10).                                                                             

E quando forem questionados por suas lideranças sobre todo o ensino que viram na Palavra de Deus sobre o dízimo possam responder como Pedro e João. Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido (Atos 4:19, 20). Após a análise de diversos aspectos do dízimo Bíblico, pode se considerar, que o conhecimento do real ensino Bíblico sobre dízimo, sobre o dinheiro e seu respectivo uso no sustento da obra, bem como o conhecimento das origens deste ensino equivocado foram plenamente alcançados. A análise dos episódios em que o dízimo é mencionado antes da promulgação da Lei Mosaica deixou claro que aqueles dízimos não são similares aos dízimos da Lei, não constituem princípios eternos e não possuem qualquer vínculo com o cristão na Nova Aliança.

Os dízimos apresentados e exigidos pela Lei Mosaica foram detalhadamente descritos, o que possibilitou o pleno conhecimento dos mesmos e do fato de que eles nada têm a ver com os cristãos na Nova Aliança. É nítido, após o referido estudo, o fato de que é impossível estes dízimos serem implantados nos dias de hoje nos exatos moldes em que foram prescritos por Deus na Lei Mosaica. Os fatos descritos nos Evangelhos, como a recomendação de dizimar feita por Jesus, ocorreram sob a Lei Mosaica e que todos ali eram obrigados a cumprir esta Lei, incluindo a entrega dos seus dízimos e demais ordenanças. As principais alianças realizadas por Deus com os homens foram apresentadas através das páginas da Bíblia Sagrada, o que possibilitou a clara distinção entre a realidade dos judeus vivendo na Antiga Aliança e a realidade dos cristãos vivendo na Nova Aliança em Cristo.               

O paradigma do dar na Nova Aliança, diferente do modelo apresentado na Lei Mosaica, foi detalhadamente descrito através de diversas citações Bíblicas e de obras de autores cristãos. A responsabilidade de pastores e líderes quanto à aplicação das verdades Bíblicas sobre o dar na Nova Aliança foi analisada minuciosamente, sendo apresentado um exemplo de vida que representa o modelo ideal de fé a ser seguido pelos cristãos. A cobrança de dízimos atualmente está muitas vezes inserida em um triste contexto de religiosidade cuja análise do mesmo se constituiu em um verdadeiro clamor de alerta para a Igreja. Diante do que foi demonstrado aqui, o cristão pode evitar grandes desprazeres, desgosto. Misturar ensinos de alianças distintas e seguir doutrinas que são preceitos de homens e que são oriundas da tradição evangélica, são condutas que não mais serão praticadas após o pleno conhecimento das verdades Bíblicas apresentadas.                                                     

Aprender a dar o seu melhor ao Senhor nos moldes dos ensinos da Nova Aliança e a cuidar da obra e dos mais necessitados, como a Igreja primitiva fazia. Que Deus, em sua infinita misericórdia, tenha compaixão de nós e de todos os Seus filhos, operando todas as mudanças necessárias em nossos corações, para que formemos uma Igreja que realmente reflita o seu caráter e transborde de amor neste mundo pervertido e cruel. Esta obra analisa através da Bíblia, da história do cristianismo, e de obras e citações de cristãos, o dízimo Bíblico mencionado antes da promulgação da Lei de Mosaica, os dízimos da Lei Mosaica e o dízimo mencionado nos escritos da Nova Aliança, bem como descreve as alianças de Deus com os ser humano no transcorrer da História. Analisa-se também o sustendo da obra e dos obreiros á luz dos escritos da Nova Aliança, assim como o contexto contemporâneo em que o dízimo está inserido.                           

O ensino do dízimo como princípio eterno é claramente demonstrado como carente de qualquer suporte Bíblico quando analisado a partir dos episódios em que ele ocorre antes da promulgação da Lei Mosaica. Os dízimos Bíblicos da Lei são detalhadamente descritos para que o cristão conheça o fato de que os mesmos não têm a ver com os dízimos cobrados hoje nas Igrejas. As alianças de Deus com o ser humano são explanadas para que o leitor possa denilear nos escritos Bíblico a doutrina que Deus entregou para aplicação na vida dos cristãos da atualidade, evitando assim o risco de se misturar os ensinos de alianças distintas que são incomparáveis entre si. As recomendações quanto ao sustento da obra de Deus e dos obreiros são nitidamente explicitadas com base nos escritos Bíblicos da Nova Aliança que são fundamentados no amor a Deus e ao próximo.

Agradecimentos.                                                             

Eu, Jair Nascimento; Agradeço a Deus por permitir e te me dado sabedoria e entendimento para elaborar esse grande trabalho.            

👉Ninguém é cego a vida toda podendo enxergar.         

👉É melhor ser decepcionado do que ser enganado.